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05/30/2025
Paulo Emílio Restaurado
Por Amir Labaki

O ano mágico de 2025 para o cinema brasileiro quanto a seu reconhecimento internacional (Oscar para “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, dupla premiação em Cannes de “O Agente Secreto”, de Kleber Mendonça Filho, Urso de Prata em Berlim para “O Último Azul”, de Gabriel Mascaro) alcança agora também as livrarias. Basta conferir a reedição comemorativa, organizada por Carlos Augusto Calil, de “Humberto Mauro, Cataguases, Cinearte” (Companhia das Letras/Cinemateca Brasileira/Sociedade Amigos da Cinemateca, 636 págs, R$ 199,90), versão em livro da tese de doutoramento de Paulo Emílio Sales Gomes (1916-1977), publicada originalmente há meio século (e um ano) pela Editora Perspectiva/Edusp. 

 

O relançamento (talvez mais justo falar em reconstrução) representa até aqui o apogeu do hercúleo e minucioso trabalho capitaneado por Calil, desde 2007, de reapresentação ao leitor do século XXI da obra escrita do maior intelectual brasileiro dedicado a estudos cinematográficos no país. Como toda boa saga, há um prólogo -e longo. Quase quatro décadas contam-se desde seu ponto de partida, com a publicação de “Paulo Emílio, Um Intelectual na Linha de Frente” (Editora Brasiliense/EMBRAFILME/Ministério da Cultura, 402 págs., 1986), uma antologia de textos dispersos, para além das colunas publicadas por Paulo Emílio entre 1965 e 1954 no Suplemento Literário de O Estado de S. Paulo (EMBRAFILME/Pax e Terra, 1981/82), organizada por Calil e Maria Tereza Machado, com colaboração de Ismail Xavier.

 

Graças à devoção editorial do discípulo, cujo detalhamento esgotaria os limites desta coluna, a obra escrita de Paulo Emílio, publicada e inédita, a ensaística e a ficcional tardia, tem progressivamente conquistado a visibilidade merecida. Entre os grandes marcos, destaquem-se o aparecimento em 1991 de “Vigo, Vulgo Almereyda” (Edusp/Companhia das Letras/Cinemateca Brasileira, 174 págs), o fascinante retrato do pai, militante anarquista, do cineasta-cometa Jean Vigo (1905-1934), a quem Paulo Emílio dedicou na França de 1957 a biografia pioneira, e a edição em três volumes, “Três Mulheres de Três PPPÊS”/“Cemitério”/”Capitu” (roteiro, com Lygia Fagundes Telles), pela Cosac Naify (2007/2008), da íntegra do Paulo Emílio ficcionista.

 

Há exatamente uma década, agora pela Companhia das Letras, funda-se a nova coleção. Superado o desafio documental primeiro, chegara a hora de emprestar bússola para melhor navegar por sua extraordinária jornada intelectual. Para fazê-lo, demonstra Calil, é insuficiente compilar. Cumpre conferir, contextualizar e interpretar.

 

Três volumes reordenando tematicamente a crítica e o ensaísmo de Paulo Emílio lutaram o bom combate desde então. “O Cinema no Século” (2015) sistematiza os textos sobre a história do cinema internacional. O embate com obras, personalidades e desafios do cinema brasileiro nos provoca e interroga em “Uma Situação Colonial?” (2016). Numa coletânea da Penguin/Companhia das Letras, “Cinema e Política” (2021), textos entre 1935 e 1977 recuperam a paixão política do militante de esquerda que precedeu e continuou inspirando o crítico, professor e gestor cinematográfico. De quebra, ainda em 2015, a mesma coleção continuou a matizar-lhe o perfil com uma nova edição do póstumo “Três Mulheres de Três PPPÊS”.

 

Para o quarto volume crítico, “Humberto Mauro, Cataguases, Cinearte – Edição de 50 Anos”, o norte é o mesmo, mas, frente a outro tipo de obra, um estudo crítico e biográfico do período de formação e de iniciação cinematográfica de um dos pioneiros do cinema brasileiro, numa pequena cidade mineira de peculiar eclosão cultural modernista, impunham-se readequações de procedimento. Assim, Calil radicaliza a aplicação à pesquisa, à escrita e à recepção acadêmica e jornalística do grande livro dedicado ao cinema brasileiro por Paulo Emílio do método utilizado pelo próprio Paulo Emílio para investigar, descrever e refletir sobre a primeira fase do cinema de Humberto Mauro (1897-1983), a de seus quatro longas-metragens silenciosos iniciais, o desaparecido “Na Primavera da Vida” (1927), “Thesouro Perdido” (1927), “Braza Dormida” (1928) e “Sangue Mineiro” (1930).

 

No método de Carlos Augusto Calil para a reedição pulsa a mesma “paixão do concreto” do de Paulo Emílio, na síntese genial que seu amigo e contemporâneo Antonio Candido detectou no grupo deles da revista Clima (1941-1944) -e formulação certeiramente recuperada pela luz feminina daquela geração, Gilda de Melo e Souza, orientadora de Paulo Emílio no doutoramento de 1972, em ensaio presente no novo volume. A “restauração” do livro envolveu um esforço em duas frentes principais, desenvolvido com o aporte de experientes e jovens colaboradores da Cinemateca Brasileira.

 

Para a revisão e o estabelecimento do texto, Calil e Olga Futemma confrontaram a versão publicada em 1974 aos originais manuscritos e datilografados. A fundamental coleção de imagens, sobretudo fotogramas das produções, fotos e documentos, que dialoga com o texto na primeira edição, passou por pente fino, sob os cuidados de pesquisadores como Yasmin Rahmeier e Caio Brito, corrigindo-se imagens invertidas e eliminando-se riscos e altos contrastes com ganhos preciosos em nitidez. Um supletivo sobre todo o processo marcou o lançamento da reedição no último dia 24 na Cinemateca.


A tacada final se encontra no posfácio, recuperando a gênese do Mauro por Paulo Emílio e a recepção crítica a seu estudo, e sobretudo nas quarenta páginas finais no apêndice. Calil nos convida a adentrar uma espécie de máquina do tempo que nos transporta para o intercâmbio intelectual da cerimônia acadêmica de arguição, nos idos de 1972, da tese “Cataguases e ‘Cinearte’ na Formação de Humberto Mauro” no Departamento de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Para tanto, compila os registros possíveis das intervenções de quatro dos cinco participantes da banca: Alfredo Bosi, Francisco Luiz de Almeida Sales, Gilda de Melo e Souza e Walnice Nogueira Galvão. (Infelizmente nada nos alcançou da elocução de Ruy Coelho).

 

A reconstituição daquele incandescente painel de ideias revela tanto sobre o contexto intelectual do momento do aparecimento da obra-farol de Paulo Emílio quanto seu “Humberto Mauro, Cataguases, Cinearte” desbravou sobre o contexto histórico, cultural e cinematográfico da fase primeira de Mauro. A “restauração” não é assim mais apenas isso, mas muito mais: nos oferta uma obra, mais fiel a ela mesma do que na impressão original, e as chaves para seu tempo. Bem-vindos ao tesouro recuperado.



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