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12/12/2025
Assim falou Tom Stoppard

Por Amir Labaki 

Tom Stoppard (1937-2025) está morto. “Shakespeare Apaixonado” (1998) conquistara-lhe fama planetária pela atribuição, a ele e ao co-roteirista Marc Norman, do Oscar de melhor roteiro. No mundo dos palcos, há mais de meio século se firmara como um dos mais originais e renomados dramaturgos britânicos do pós-guerra. Mais precisamente, desde a estreia londrina em 1967, no Old Vic Theatre, de “Rosencrantz e Guildenstern Morreram”, uma revisita da tragédia shakespeareana de Hamlet sob a perspectiva de dois personagens secundários. Sua adaptação para as telas, na única direção cinematográfica de Stoppard, já lhe valera em 1990 o Leão de Ouro do Festival de Veneza.

O cinema ampliou-lhe a popularidade e a conta bancária, mas nele nem esteve tão ativo. Foi um dos roteiristas de “Brazil, O Filme” (1985), de Terry Gilliam, adaptou “O Fator Humano”, de Graham Greene (1979), e “A Casa da Rússia”, de John Le Carré (1990), colaborou com Rainer Werner Fassbinder (Desespero – Uma Viagem para a Luz, 1978) e Steven Spielberg (Império do Sol, 1997, Indiana Jones e a Última Cruzada, 1998) -e não muito mais.

Seu teatro é único, em inventividade narrativa, erudição sem pompa, diálogos ágeis, certeiros, surpreendentes e bem-humorados. “Pastiches” (1974) gira em torno da presença simultânea em 1917 de James Joyce, Lênin e Tristán Tzara em Zurique. “Arcádia” (1993) joga com a teoria do caos. A trilogia “A Costa da Utopia” (2002) radiografa o embate de ideias revolucionárias na Rússia do século XIX. “Rock ‘N’ Roll” (2006) trata de momentos cruciais da história de sua Tchecoslováquia natal. Exceto a terceira, foram traduzidas com a competência habitual por Caetano W. Galindo numa reunião de sete de suas peças (“Rosencrantz” também entre elas) lançadas em 2011 pela Companhia das Letras.

Stoppard foi a principal atração da Flip de 2008, numa mesa histórica conduzida por ninguém menos que Luís Fernando Veríssimo (confira trechos no YouTube). Dias depois, no Centro Brasileiro Britânico, em São Paulo, ele concedeu uma entrevista pública conduzida, para meu orgulho fraterno, pelo dramaturgo Aimar Labaki. Alto, de rosto redondo, cabeleira leonina, Tom Stoppard projetava um carisma hipnótico. Seguem algumas das respostas que anotei naquela tarde inesquecível.


“Quando comecei a escrever, minha primeira fase foi escrevendo prosa e era uma cópia embaraçante de Hemingway. É um dos meus autores prediletos, mas não influenciou nada em meu teatro”.

 

"Escrevo à mão. Não sei usar um computador. Para responder e-mail, minha secretaria, que está comigo há mais de trinta anos, os imprime e os envia por fax para mim. Eu respondo na própria página e ela responde o e-mail. Para usar o Google, ela também pesquisa e envia por fax para mim”.

 

"Não consigo ouvir música enquanto escrevo. É uma situação como a da luz na geladeira. Não dá para ficar no meio dos dois estágios. Fico em geral ligado a uma música em particular para cada nova peça. Houve uma com ‘Graceland’, do Paul Simon; outra, com os inesgotáveis Rolling Stones. Para ‘Rock‘n Roll’, meu filho gravou um CD com todas as canções que pedĩ".

 

"Kenneth Tynan (1927-1980) era o maior crítico de teatro da Grã-Bretanha quando comecei. Na verdade, quando minha primeira peça estreou, ele já era ‘Dramaturg’ (AL – ‘literary manager’, mais precisamente) no National Theatre Company. Quando ele escreveu meu célebre e longuíssimo perfil para "The New Yorker" (1977), que nem eu consegui acabar de ler, eu acabara de ter estreado duas peças políticas (AL – ‘Todo Bom Menino Merece Favores’ e ‘Roupa Suja & Terra Recém-Descoberta’), que contradiziam toda a tese dele de que eu era um dramaturgo mais formalista, ligado ao jogo de palavras etc”.

 

"Uma peça não nasce de um tema. Teatro é uma forma de arte narrativa. Trabalha por meio de metáforas. Uma obra de arte não é um jogo de palavras-cruzadas, com respostas certas e erradas".

 

“Gosto de todos os tipos de teatro. Não apenas do tipo de peças que eu escrevo”.

 

“Não quero escrever musicais. Não tenho jeito para isso".

 

“Não gosto de dirigir teatro, mas sim de acompanhar os ensaios. Todas. as minhas peças me parecem ter cinco minutos a mais. Em ‘A Costa da Utopia’, cortei 50 minutos quando da mudança de Londres para Nova York. A maratona passou de nove horas para oito. É por isso que a maioria das minhas peças tem um texto na primeira edição em livro e outro reajustado na segunda".

 

"Não posso dizer que trabalhei com Fassbinder em ‘Desespero”. Não. reconheço minha contribuição no filme pronto. Sentei numa sala com ele, almoçamos algumas vezes, falamos de ‘Despair’ (romance de Vladimir Nabokov), mas isso não era trabalhar junto. Fiquei aterrorizado com ele. Ele e o namorado chegaram a nosso primeiro encontram vestidos de couro preto. Estavam como num filme todo deles. Era como Marion Brando em ‘O Selvagem’ (1953)”.

 

“‘Shakespeare Apaixonado’ é um filme de escritor. Gosto dele, apesar da ênfase romântica. A sensibilidade de John Madden (o diretor) acentuou o lado amoroso, que não era o que me interessava mais. Me considero romântico como pessoa, mas não gosto de romantismo no trabalho”.

 

“Algo parecido aconteceu com ‘A Casa da Rússia’. Os divulgadores frisaram ser um filme com Sean Connery e Michelle Pfeiffer. Não era o que me interessava, Eu estava fascinado pela guerra entre a CIA e o MI5, o lado da espionagem. Gosto muito de (John) Le Carré. Tudo bem que Sean tinha de beijar Michelle, mas não era preciso fortalecer tanto este lado”.

 

“A situação atual na Grã-Bretanha é trágica e revoltante. Veja por exemplo a questão do número máximo de dias em que alguém podia ficar detido pela polícia. Na época de ‘A Costa da Utopia’, século XIX, eram 48 horas. Agora estão passando para 42 dias”.

 

"Três temas estão hoje em minha lista essencial: o Iraque, Israel e o aquecimento global".

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