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08/01/2025
A Ditadura pelos Documentaristas

Por Amir Labaki

Há meio século a Fundação Getúlio Vargas no Rio de Janeiro estabeleceu com o Centro de Pesquisa de História Contemporânea do Brasil (FGV/CPDOC) um tesouro documental incontornável. Dois anos mais tarde, expandiu-o ao estabelecer um fundamental Programa de História Oral, numa era logo superada de reservas acadêmicas sobre a metodologia. Aos poucos, o foco inicial centrado nas elites políticas se estendeu. Em 2012, o justo reconhecimento da necessidade de aprofundamento exigido pela história do documentário no país deu início à um programa específico, que agora enriquece as estantes com um primeiro volume. 

“Memória do Cinema Documentário Brasileiro – Histórias de Vida: Volume I - Ditadura Militar” (FGV Editora/Faperj, 452 págs, R$ 85) edita lembranças de 13 documentaristas nacionais relacionadas ao regime autoritário instaurado em 1964, compostas a partir de entrevistas gravadas com 22 cineastas num período de uma década. Celebre-se a organização liderada por especialistas vinculadas ao conjunto do processo, como iniciadoras e participantes dos depoimentos, Thais Blank, Arbel Griner e Adelina Cruz, com a colaboração de Isabella Poppe.

Não se trata de uma transcrição integral das entrevistas, disponibilizadas em texto e audiovisual no site da FGV/CPDOC. O recorte temático adapta para o universo de documentaristas a extraordinária compilação de depoimentos originais de lideranças militares sobre a ditadura entre 1964 e 1985, realizados para a mesma instituição e editada em três volumes, em 1994 e 1995, por Maria Celina D’Araujo, Glaucio Ary Dillon Soares e Celso Castro: “Visões do Golpe: 1964”, “Os Anos De Chumbo: A Repressão” e “A Volta Aos Quartéis: A Abertura” (Relume Dumará e reedições).

Essa concentração a um período histórico, para além dos limites especificamente cinematográficos, deve-se a “um questionamento do próprio marco que estabelecermos para o próximo projeto”, como aponta a minuciosa introdução. O foco inicial repousava sobre se haveria “uma ligação pertinente entre o Cinema Novo e o cinema documentário no Brasil”. 

Duas provocadoras intervenções do primeiro entrevistado, Eduardo Escorel, um dos inspiradores da atenção para com o documentário da FGV/CPDOC, redirecionaram o projeto. “O elo que existe chama-se Eduardo Coutinho”, sustenta Escorel. “Ele fez essa passagem: da UNE Volante (AL – origem de ‘Cabra Marcado Para Morrer’, 1964/84) para ‘Jogo de Cena’ (2007). Agora, não acho que as pessoas que começaram a fazer documentário na década de 80 e 90...”.

Montador de clássicos do Cinema Novo como “Terra em Transe” (1967), de Glauber Rocha, e realizador de documentários essenciais como “Imagens do Estado Novo; 1937-1945” (2016), Escorel desenvolve o argumento: “Acho que não é correto pensar no Cinema Novo como um movimento. Acho que não há relação nenhuma entre o que é feito hoje e o que era feito na década de 60”. Ainda pausa para refletir: “Mas eu precisava pensar um pouco sobre isso”. A desestruturação, contudo, está instaurada.

Uma nova estrutura se estabeleceu para sua estreia editorial. “A escolha do recorte temático da ditadura militar para este volume está estritamente ligada ao contexto em que as entrevistas estão sendo editadas. Em 2024, o golpe militar de 1964 completa 60 anos, e esse livro quer se somar a uma série de publicações, eventos e seminários realizados em diversos campos de estudo com o objetivo de relembrar esse período da história do Brasil, e nunca deixar que seja esquecido”.

Missão cumprida. Duplamente, alíás, ao enriquecer com memórias de vida de um grupo de cineastas essenciais para a cultura brasileira do último meio século, e em parte não mais entre nós, as narrativas em torno do impacto devastador do longuíssimo período autoritário.

As experiências são vastas e inspiradoras, transcendem uma mesma geração e, no mais das vezes, embelezam-se como se fortaleceram pelos entrecruzamentos -vitais e criativos. Publicadas na ordem de suas realizações, e não da entrada na cena cinematográfica nacional dos depoentes, as entrevistas nos permitem mergulhar em parte expressiva das trajetórias de Eduardo Escorel, Eduardo Coutinho, João Batista de Andrade, Jean-Claude Bernardet, Maurice Capovilla, Helena Solberg, Ana Carolina, Geraldo Sarno, Vladimir Carvalho, Silvio Da-rin, Andrea Tonacci, Joel Zito Araujo e Lucia Murat.

Ainda que abordada em sua maioria, a ausência de uma filmografia específica de cada cineasta desfalca essa primeira edição. Tudo somado, não hesite, diante de um volume de nascença com lugar nobre na crescente bibliografia do documentário brasileiro.


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