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07/11/2025
Revisitando “Barry Lyndon“

Por Amir Labaki


“Barry Lyndon” está de volta. No cinquentenário de sua estreia, o décimo dos treze longas-metragens dirigidos por Stanley Kubrick (1928-1999) ganha nova versão restaurada em 4K. Depois de encerrar Cannes Classics em maio último, a adaptação do romance picaresco do britânico William Makepeace Thackeray (1811-1863) está retornando desde o mês passado às telas mundo afora e acaba de sair em Blu-ray com três discos por The Criterion Collection nos EUA. Por aqui, nos contentemos por enquanto com a possibilidade de assistir à versão tradicional por aluguel em várias plataformas de streaming.

Em compensação, os cultuadores nacionais do diretor de “2001, Uma Odisséia no Espaço” (1968) terão de esperar menos de dois meses para mergulhar na edição brasileira da mais recente biografia do cineasta, “Kubrick, Uma Odisseia” (Belas-Letras, 688 págs, R$ 169,90 em pré-venda pela Amazon). Enriquecida por detalhes inéditos pesquisados nos arquivos de Kubrick depositados na University of the Arts de Londres, sua dupla de autores, Robert P. Kolker e Nathan Abrams, parte de sólidas publicações prévias de ambos sobre o biografado. 

Kolker discutiu sua obra em dois estudos mais amplos anteriores (A Cinema Of Loneliness, 1980, expandido em 2011, e The Extraordinary Image, 2016), e editou em 2006 uma coletânea de ensaios contemporâneos sobre “2001”, além de ter escrito com Abrams “Eyes Wide Shut: Stanley Kubrick and the Making of His Last Film” (De Olhos Bem Fechados: Stanley Kubrick e a realização de seu último filme, 2019). Por seu turno, Abrams também já publicara, em 2018, um perfil biográfico do cineasta, enfatizando sua relação conflituosa com as origens judaicas no Bronx novaiorquino, “Stanley Kubrick: New York Jewish Intellectual” (Rutgers University Press, 340 págs, US$ 34,95).

Todo esse corpo reflexivo ecoa naturalmente na nova biografia, lançada no início do ano passado nos EUA. Somado à documentação apenas recentemente tornada pública, fortalece a análise fílmica e traz informações inéditas sobretudo a respeito de alguns dos inúmeros projetos desenvolvidos e nunca concretizados pelo próprio Kubrick, como “Aryan Papers” (a partir de um romance de Louis Begley sobre um garoto judeu polonês que se faz passar por católico durante o Holocausto) ou “A.I.”, inspirado por histórias de Brian Aldiss e filmado pelo amigo Steven Spielberg em 2001.

Justiça seja feita: “Kubrick, Uma Odisseia” parte também de um precedente estupendo, o pioneiro “Stanley Kubrick: A Biography” (Donald I. Fine Books, 1997, 580 págs, US$ 29,95), de Vincent LoBrutto. O volume de LoBrutto, original em sua reconstituição da formação de Kubrick e quanto aos bastidores de sua revolucionária filmografia, viu-se precocemente datado, apenas dois anos após sua publicação, pela surpreendente morte do cineasta, enquanto dava os retoques finais em “De Olhos Bem Fechados” (1999). Um quarto de século após o adeus a Kubrick, o livro de Kolker e Abrams é naturalmente mais completo, mas a dívida para com LoBrutto, insuficientemente reconhecida numa pontual referência no "ensaio bibliográfico" ao fim do volume, é incontornável.

Detalhando a longa (três anos) e sigilosa produção de “Barry Lyndon”, frente ao desafio de suceder os megassucessos artísticos e comerciais de “2001” e “Laranja Mecânica” (1971), “Kubrick, Uma Odisseia” a contextualiza: “Relutante em abandonar suas vastas preparações para ‘Napoleão’, Kubrick decidiu que seu próximo filme seria situado durante o final do século XVIII. Mas, ao invés das Guerras Napoleônicas, o foco seria sobre os costumes, classe e a ascensão e queda de um pretenso ‘gentleman’”. No caso, um simplório e ambicioso irlandês (interpretado pelo americano Ryan O’Neal) que tudo faz -guerra, jogo, adultério- para estabelecer-se na aristocracia britânica.

Kubrick apresenta a saga dele em ritmo compassado, em mais de três horas de duração, narrada em terceira pessoa, e não pelo próprio protagonista como no original, e rodada com lentes especiais (as ultrarrápidas 0,7 F Zeiss) para dispensar os equipamentos tradicionais de iluminação em favor da luz tênue e bruxuleante de velas nas filmagens em interior. “Barry Lyndon” resultou um filme de época como nenhum outro, majestoso e hipnótico, a um só tempo sóbrio e irônico.

Embora até bem recebido na Europa, nos EUA a recepção crítica e comercial foi decepcionante, não compensada nem mesmo pelo reconhecimento pela Academia (sete indicações, incluindo filme, direção e roteiro, quatro Oscars, direção de arte, figurino, fotografia, música).”‘Barry Lyndon’ aparentemente ignorava as questões candentes da sociedade e do cinema dos EUA de meados da década de 1970”, argumentam Kolker e Abrams.

A plena reavaliação do filme como um dos mais pessoais e originais de Kubrick se impôs apenas postumamente, já neste século. Na mais recente votação de melhores filmes da história para a Sight and Sound, em 2022, ei-lo como o 12º. preferido por cineastas e o 45º da crítica. Revisto meio século após seu lançamento, “Barry Lyndon” libertou-se finalmente do estigma do filme (de época) de consolação que Kubrick teria feito para amainar a frustração pela impossibilidade de produzir seu “Napoleão”. 

“É uma tragédia”, definiu-o Kubrick para o crítico francês Michel Ciment quando do lançamento. “A tragédia, que tenta apresentar a vida da maneira mais honesta e mais próxima da realidade que o melodrama, cria um sentimento de desolação”. Parece que melhor o compreendem no presente Zeitgeist.



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