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08/23/2024
Au Revoir, Alain Delon

Por Amir Labaki

Quando eu era criança, no final dos anos 1960, o máximo elogio de minha mãe à beleza de um homem era ele “ser um Alain Delon”. Não um Paul Newman ou um Steve McQueen. Tampouco um Marcelo Mastroianni ou um Tarcísio Meira. Um Delon.

Foi ele a mais planetária das estrelas masculinas francesas de cinema, com o apogeu entre o começo dos anos 1960 e meados dos 70. Sua homóloga feminina foi, claro, Brigitte Bardot, que iniciou seu reinado meia década antes e, à moda Greta Garbo, o encerrou voluntariamente com a aposentadoria precoce no início dos anos 1970.

Uma diferença capital: Alain Delon (1935-2024) filmou mais, superando a centena de títulos, frente a menos da metade de BB. Até uma década atrás, ele manteve o ritmo anual de sua presença nas telas, mesmo que quase exclusivamente se dedicando neste século à televisão.

Há cerca de três anos, quando da morte de Jean-Paul Belmondo (1933-2021), comparei-lhes as trajetórias e personas fílmicas no topo do estrelato francês. No auge, estrelaram juntos um único filme: o paródico “Borsalino” (1970), de Jacques Deray, um estouro de bilheterias que teria inspirado George Roy Hill a rodar “Golpe de Mestres” (1973). Em 1998, voltaram por uma última vez a partilhar os créditos e as cenas como figuras paternais de Vanessa Paradis numa comédia de mafiosos russos, rotineira mas simpática, “Duas Chances por Uma”, de Patrice Leconte.

Quase contemporâneos, Delon e Belmondo dividiram o trono herdado na sucessão de Jean Gabin (1904-1976). É belo e didático como os dois repartiram pontualmente os créditos com o ator essencial da cinematográfica clássica.

Ainda um ator em ascensão, Belmondo contracenou com Gabin em “Macaco no Inverno” (1962), um drama duplamente sobre a paternidade dirigido pelo popular e subestimado Henri Verneuil (1920-2002). No filme seguinte do mesmo Verneuil, “Gângsters de Casaca” (1963), eis um Delon recém alçado ao estrelato mundial interpretando o jovem parceiro de um veterano ladrão, Gabin naturalmente, tentando um último grande golpe na Riviera francesa. Tanto gostaram que repetiram outras duas vezes (Os Sicilianos, 1969; Dois Homens Contra Uma Cidade, 1973).

Antes de pedir a benção nas telas a Gabin, sem qualquer preparo formal (ao contrário de Belmondo), Delon já protagonizara uma das consagrações mais meteóricas do cinema. Meia dúzia de produções menores e, voilà, “O Sol Por Testemunha” (1960), adaptado de Patricia Highsmith por René Clement (1913-1996), com Delon desafiando o jogo tradicional das identificações arrebatando como o cruel sedutor Tom Ripley.

Numa trinca de anos, entre papéis de ocasião, a explosão mundial completava-se com o decisivo encontro com o rigor aristocrático de Luchino Visconti (1906-1976), em “Rocco e Seus Irmãos” (1960) e “O Leopardo” (1963), e a colaboração minimalista com o Antonioni (1912-2007) do auge em “O Eclipse” (1962). Delon logo de saída comprovava dominar uma paleta muito mais ampla do que a do galã hipnoticamente belo.

Liberto do estreito figurino, Alain Delon curiosamente aplicou-se numa opção preferencial por um gênero, o cinema policial, e um estilo interpretativo, glacial e melancólico: olhos de aço, gestos estudados, falas econômicas, raros sorrisos. A tripla parceria com Jean-Pierre Melville (1917-1973) completaria a afinação deste instrumento.

O evento supremo da colaboração é “O Samurai” (1967), um filme policial seco e elíptico, impecavelmente escrito e coreografado. Como o matador de aluguel solitário e perseguido, Delon transcende a dimensão dos grandes personagens para criar uma figura lendária, como Toshiro Mifune em “Os Sete Samurais” (1954), John Wayne em “Rastros de Ódio” (1956), ou a sempre soberba Gena Rowlands (1930-2024), de quem também nos despedimos na semana passada, na tocante filmografia que construiu ao lado de John Cassavetes (1929-1989).

Fiel às suas preferências, Delon não foi contudo avesso ao risco. A elétrica contenção era a mesma em personagens os mais distintos, para cineastas de registros tão diferentes quanto Zurlini (A Primeira Noite de Tranquilidade, 1972) e Losey (Cidadão Klein, 1976), Schloendorff (Um Amor de Swann, 1984) e Godard (Nouvelle Vague, 1990).

Até Hollywood ele tentou, começando bem com o modesto “A Marca de Um Erro” (1965), de Ralph Nelson. Nunca souberam o que fazer com ele, “Aeroporto 79: O Concorde” (1979), de David Lowell Rich, está aí para provar.

Alain Delon foi idolatrado muito antes do que criticamente reconhecido. Sua fortuna, orgulhava-se, a fez como homem de negócios, tornando-se marca de roupas e vinhos, óculos e relógios, e um longo etc. Declarações reacionárias, histórias nebulosas e querelas familiares turvaram-lhe a imagem ainda antes da virada de século.

Mesmo Cannes apenas em 2019 lembrou de celebrá-lo com uma Palma de Ouro honorária. “É uma homenagem quase póstuma, mas em vida”, ironizou ele. Dois anos depois, filas esticaram por meses o lançamento no Film Forum de Nova York da cópia restaurada de “A Piscina” (1969), de Jacques Deray. A paixão real então vivida entre ele e Romy Schneider ainda incandesce a tela. Engana-se quem acha que algo tão prosaico como a morte importune Alain Delon.

 
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