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07/19/2024
A Melhor Aula de Scorsese

Por Amir Labaki


“Feito na Inglaterra: Os Filmes de Powell e Pressburger”, disponível em streaming pelo Mubi, é de todos o mais pessoal e profundo ensaio de Martin Scorsese sobre a história do cinema. David Hinton assina a direção, mas é Scorsese quem nos fala e conduz.

Durante décadas a dupla formada pelos cineastas Michael Powell (1905-1990) e Emeric Pressburger (1902-1988), parceiros sobretudo no período entre 1939 e 1957, desafiou o esquecimento pela popularidade do melodrama musical “Os Sapatinhos Vermelhos” (1948), sobre uma bailarina (Moira Shearer) dividida entre a arte e o amor. A revalorização da parceria talvez tenha por grande marco a pesquisa realizada em 1999 pelo British Film Institute (BFI) sobre os maiores filmes ingleses de todos os tempos. “Os Sapatinhos Vermelhos” ficou em nono lugar e mais três de suas produções ficaram entre os 100 mais votados: “Narciso Negro” (1947), “Coronel Blimp: Vida e Morte” (1943) e “Neste Mundo e no Outro” (1946).

O auge da reavaliação do prestígio acontece agora, com a retrospectiva completa, incluindo cópias restauradas, no BFI em Londres no ano passado e, claro, com “Feito Na Inglaterra”. Seu principal motor é Scorsese. O documentário resume sua devoção, iniciada curiosamente assistindo aos primeiros filmes ainda quando menino em cópias preto e branco na televisão.

Na mais recente pesquisa de maiores filmes da história pelo BFI, em 2022, ele selecionou “Os Sapatinhos Vermelhos” (“o filme comercial subversivo por excelência”) como seu décimo preferido. No documentário, Scorsese diz pensar, sempre que lhe perguntam qual sua cena predileta da história do cinema, no duelo de espadas numa gôndola no operístico “Contos de Hoffmann” (1951). Depois da aposentadoria de Powell, a partir dos anos 1970, o vínculo entre os dois cineastas se tornou pessoal, com o mestre britânico mudando-se para os EUA para assessorá-lo e casando-se com a genial montadora de Scorsese, Thelma Schoonmaker.

“Ele não foi apenas um apoio, mas um guia”, testemunha o diretor de “Motorista de Táxi” (1976). “Me incentivando, dando confiança e me mantendo ousado em meu próprio trabalho”.

É fascinante acompanhar como Scorsese, um cineasta mais identificado com uma tradição fílmica realista, detalha a influência da obra mais marcadamente surreal, mágica e extravagante de Powell e Pressburger. Por um lado, há o reconhecimento da inspiração por cenas específicas, como a de outro duelo, em “Coronel Blimp”, e umas das lutas de boxes centrais de “Touro Indomável” (1980).

Há, frisa ele, sobretudo um parentesco maior, de ordem dramática, na composição dos protagonistas. “Os filmes de Powell e Pressburger geralmente lidam com personalidades egocêntricos, voláteis e dependentes. Mas esses personagens falam comigo e pode ser óbvio que muitos dos personagens que me atraem são influenciados pelos heróis de Powell. Eles também são anti-heróis, pessoas destruídas e movidas por conflitos”. Segue-se a citação de um carrossel de imagens de personagens centrais na obra de Scorsese, do Travis Bickle de “Motorista de Táxi” ao Sam Rothstein de “Cassino” (1995), do Bill Cutting (Daniel Day-Lewis) de “Gangues de Nova York” (2002) a May Welland (Winona Ryder) de “A Época da Inocência” (1993), entre outros.

Em nenhum de seus três principais documentários anteriores sobre a história do cinema, a série de três episódios de sua “Viagem Pessoal pelo Cinema Americano” (1995), o mergulho sobretudo no neorrealismo de “Minha Viagem à Itália” (1999) e a homenagem a Elia Kazan (Sindicato de Ladrões; Vidas Amargas), de “Uma Carta Para Elia” (2010), Scorsese dissecou tão minuciosamente a evolução das obras dos cineastas abordados.

Com pouco mais de duas horas de duração”, “Feito na Inglaterra” resume a vida de Powell e Pressburger antes de estabelecerem a parceria em 1939, em “O Espião Submarino”; detalha filme a filme a consagração da dupla sob o selo de sua produtora “The Aschers”, com o auge no imediato pós-guerra; e explica a perda de prestígio, o distanciamento e a ruptura (profissional, e não pessoal) no final dos anos 1950. Powell ainda faria um grande filme, maldito de saída, hoje cultuado, o thriller macabro e cinefílico “A Tortura do Medo” (1960); Pressburger, nem isso.

Numa entrevista, eles explicam a divisão de trabalho por trás da rara dupla assinatura: Powell dirigia, Pressburger escrevia o roteiro, ambos cuidavam da produção. Indo além de sua tradicional análise aplicando a teoria do autor, Scorsese reverencia marcantes contribuições de outros membros das equipes: atrizes como Moira Shearer e Deborah Kerr, o designer de produção Alfred Junge, o diretor de arte Arthur Lawson, o diretor de fotografia Jack Cardiff. Nada mais justo.

Enquanto por aqui não temos como plenamente conferir, na devida tela grande, a exuberância pictórica dessa filmografia definida por Scorsese como “fonte constante de energia”, é possível assistir ao essencial da obra de Powell e Pressburger em cópias em DVD ou Blu-Ray da Versátil e no streaming Belas Artes À La Carte. Agora guiados pelos olhos de Scorsese, é um raro privilégio.


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