Ministry of Culture and Itaú present
PORTUGUÊS   //   ENGLISH

E-mail successfully sent.
Please complete your register.

*Name
City
State
Country
Category
  • INTRODUCTION
    • » It‘s All True
    • » Amir Labaki
    • » Acknowledgements
  • CO-ORDINATION
    • » Itaú Cultural
    • » Sesc São Paulo
    • » Spcine
    • » Ministry of Culture
  • SCHEDULE
    • » Program
  • AWARDS
    • » Jury 2025
    • » Official Awards
  • GALLERY
    • » Photos
    • » Videos
  • LATEST NEWS
  • SUPPORT
  • PRESS
    • » Releases
    • » Clipping
  • TEAM
    • » Team
  • PAST EDITIONS
  • FESTIVAL'S CALENDAR
    • » Festivals Calendar
  • CONTACT
» newsletter
Sign up here to receive our newsletter
send »
» search movies
2012/13/14/15
16/17/18/19/20
21/22/23/24/25
 
» Home /
Latest News /
weekly column at valor econômico
03/15/2024
Um Oscar Entre a Política e “Barbenheimer“
Por Amir Labaki

A 96ª entrega do Oscar, o prêmio máximo da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, foi uma cerimônia de consagração ainda maior do que a esperada para “Oppenheimer”, do britânico Christopher Nolan, com as vitórias em sete categorias (para 13 indicações), incluindo três das principais: melhor filme, diretor e ator, Cillian Murphy. A maior surpresa da noite  foi o triunfo de Emma Stone como melhor atriz por “Pobres Criaturas”, do cineasta grego Yargos Lanthimos, o segundo filme mais premiado (quatro) como já fora o vice-líder também em número de indicações (onze).

O reconhecimento para “Oppenheimer” abraça um manifesto pacifista sob a forma de uma complexa biografia de um dos criadores da bomba atômica, celebra a grandiosidade do cinema épico de que Hollywood se tornou sinônimo antes de ceder ao facilitarismo dos blockbusters de super-heróis e reverencia com certo atraso o talento invulgar de Nolan, um dos mais arrojados cineastas a se estabelecer na indústria audiovisual no século 21 combinando ousadia narrativa e sensibilidade popular. Como ignorar a excepcionalidade de uma filmografia que em duas décadas apresentou “Amnésia” (2000), “Insônia” (2002), a dupla reinvenção da franquia “Batman” (2008, 2012), “A Origem” (2010), “Interestelar” (2014), “Dunkirk” (2017)?

Por sua vez, o desempenho maiúsculo com a quadrupla premiação ao erotismo gótico de “Pobres Criaturas” entroniza Yargos Lanthimos no posto de “enfant terrible” europeu que já foi recentemente do dinamarquês Lars von Trier. Com uma pegada algo menos misantrópica que a do diretor de “Dogville” (2003) e “Melancolia” (2011), Lanthimos desenvolve uma obra marcada por universos antinaturalistas e fantasmagóricos (O Lagosta, 2015, A Favorita, 2018). Tomara não ceda à tentação de imitar-se a si mesmo.

No tradicional ecumenismo na distribuição de estatuetas, apenas três dos dez concorrentes ao Oscar de melhor filme saíram de mãos abanando: “Assassinos da Lua das Flores”, de Martin Scorsese, “Maestro”, de Bradley Cooper, e, pena, “Vidas Passadas”, de Celine Song. Com uma exceção, não me parece ter havido flagrantes injustiças.

“Anatomia de Uma Queda” conquistou o Oscar de roteiro original para Justine Triet e Arthur Hariri, enquanto “Ficção Americana” valeu o prêmio de roteiro adaptado a Cord Jefferson. “Os Rejeitados” consagrou como atriz coadjuvante Da’vine Joy Randolph, ficando o de ator coadjuvante com Robert Downey Jr. de “Oppenheimer”. O prêmio de melhor som distinguiu merecidamente “Zona de Interesse”, de Jonathan Glazer, mas não posso dizer o mesmo de sua escolha como melhor filme internacional.

Premiado pela melhor canção (What Was I Made For?, interpretada por Billie Eilish), “Barbie”, de Greta Gerwig, é uma história à parte. Da cena de abertura gravada pelo apresentador Jimmy Kimmel com Margot Robbie à apoteótica performance musical de Ryan Gosling para a segunda canção indicada do filme (I’m Just Ken), o roteiro da cerimônia desenvolveu-se como uma espécie de festa de consolação para o fenômeno das bilheterias pós-pandemia. A noite foi de “Barbenheimer”, cada qual com seu quinhão.

Mas foi também um Oscar de sonoras mensagens políticas. A guerra Hamas-Israel fez-se presente na manifestação pró-Palestina no exterior do Dolby Theatre que atrasou o início da transmissão e nos broches vermelhos clamando por um cessar-fogo em Gaza ostentados por concorrentes como Billie Eilish e Mark Buffalo. Ao receber o prêmio de filme internacional para sua abordagem do cotidiano de nazistas vizinhos a Auschwitz, o diretor Jonathan Glazer, judeu britânico, leu um texto vigoroso denunciando a “desumanização”, tanto a perpetrada pelo Holocausto como enfocado em “Zona de Interesse” quanto a das “vítimas dessa desumanização” no “7 de Outubro em Israel” e no “corrente ataque em Gaza”.

As milhares de vítimas de outra guerra, a da Rússia na Ucrânia, foram pranteadas pelo cineasta ucraniano Mstysav Chernov ao receber o Oscar de melhor documentário de longa-metragem por “20 Dias em Mariupol”, um devastador registro das mortes, mutilações e destruições do início da invasão. Como se ainda fosse preciso, sua mensagem robusteceu-se pela exibição, na abertura do segmento In Memorian, de um trecho do vencedor na categoria no ano passado. Eis o líder oposicionista russo Alexei Navalny, morto no mês passado num Gulag contemporâneo, alertando: “Se eles decidirem me matar, isso significa que somos incrivelmente fortes. A única coisa necessária para o triunfo do mal é pessoas do bem não fazerem nada”.

Tudo somado, raras vezes nas últimas edições o Oscar estampou com similar nitidez o Zeitgeist. Arregacem as mangas e apertem os cintos.

Share
« Back
» sponsorship
» partnership
» cultural supporters
» co-ordination
  • INTRODUCTION
    • - It‘s All True
    • - Amir Labaki
    • - Acknowledgements
  • GALLERY
    • - Photos
    • - Videos
  • TEAM
    • - Team
  • REALIZATION
    • - Itaú Cultural
    • - Sesc São Paulo
    • - Spcine
    • - Ministry of Culture
  • SCHEDULE
    • - Program
  • PRESS
    • - Press Contact
    • - Releases
  • LATEST NEWS
  • AWARDS
    • - Jury 2025
    • - Official Awards
  • FESTIVAL'S CALENDAR
    • - Festivals Calendar
  • CONTACT
  • SUPPORT
  • LATEST NEWS
Rua General Jardim, 770 - cj. 8A - 01223-011 - São Paulo - SP / Tel. 11 3064.7485