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12/23/2020
O Cinema no Ano da Pandemia
Por Amir Labaki

Para 2020, “annus horribilis” é pouco. O despreparo global para a primeira pandemia planetária em um século vitimou pelo coronavírus mais de 1,6 milhões de pessoas, contaminou mais de 75 milhões, levou à quarentena mais de 2,5 bilhões e provocou a maior crise econômica desde a grande depressão de 1929.

Pela primeira vez nos 125 anos desde a primeira projeção pública de filmes, as salas mundo afora foram forçadas a interromper suas atividades, colocando em xeque toda a tradicional cadeia econômica do cinema.O anúncio neste mês de que todo o portfólio de filmes produzidos pela Warner será em 2021 simultaneamente disponibilizado em streaming pela HBO Max talvez venha a se tornar o maior símbolo da mudança de paradigmas no mercado audiovisual provocada pela pandemia da covid-19. É ainda incerto se a decisão excepcionalmente flexibiliza de maneira emergencial ou definitivamente liquida a tradicional “janela de tempo” que preservava a prioridade para os lançamentos em salas de cinema frente a outros formatos de exibição. Fato é que o modelo de negócios das salas de cinema, de grandes conglomerados como independentes, vive sua maior crise de todos os tempos e exige urgente reinvenção.

O caso brasileiro é ainda mais pungente. A devastação que atingiu em 2020 o circuito cinematográfico de distribuição e de exibição foi tragicamente antecipada, desde 2019, pela destruição do modelo de fomento à produção audiovisual concentrada desde a década passada na atuação da Ancine. A paralisia da agência, ao mesmo tempo de regulação e de fomento, catalisa um “apagão” na atividade que só encontra paralelo contemporâneo na ação devastadora do governo Collor, no início dos anos 1990, simbolizada pelo fechamento da Embrafilme (1969-1990).

Se todo o edifício institucional vai mais uma vez ruir, ou se alguma solução de compromisso poderá ser pactuada, é a grande incógnita. Aos interessados, recomendo seguir a serena e minuciosa análise em tempo real que nos tem sido ofertada, em diversos veículos de informação, incluindo este Valor, pela crítica de cinema Ana Paula Sousa. Igualmente dramático é o fechamento lesa-pátria da Cinemateca Brasileira, cujo destino pende por um fio neste fim de ano em delongadas negociações junto à Secretária do Audiovisual da Secretária Especial da Cultura do governo federal.

Ainda nem tudo são ruínas, para fechar o foco na produção não-ficcional no país. Alguns marcos históricos merecem ser celebrados, mesmo que seja temerária qualquer expectativa quanto a imediatas novas conquistas, preservado o devastador quadro geral.

Discussões políticas e estéticas à parte, o primeiro triunfo a comemorar é a pioneira conquista da primeira indicação de um documentário brasileiro (e latino-americano) como finalista ao Oscar de melhor longa documental, conquistada por “Democracia em Vertigem” de Petra Costa. Também inédita e histórica é a escolha do documentário “Babenco: Alguém Tem Que Escutar O Coração e Dizer: Parou”, de Barbara Paz, como representante brasileiro na disputa de uma vaga entre os finalistas do próximo Oscar de melhor filme internacional, em sintonia com a tendência planetária de romper um estigma que monopolizava a vaga para produções ficcionais, como demonstram as indicações de “Agente Duplo” (exibido como “O Espião” na competição do É Tudo Verdade 2020), da chilena Maitê Alberdi, “Coletivo”, do romeno Alexander Nanau (vencedor internacional do mesmo festival), e “Noturno”, do italiano Gianfranco Rosi.

Tratando de reconhecimento internacional, cumpre registrar, sem falsa modéstia, duas conquistas inéditas alcançadas pelo É Tudo Verdade. Ao alcançar a marca de 25 edições, o festival se tornou, em junho, o primeiro evento latino-americano convidado a ser parceiro no Mercado de Filmes do Festival de Cannes na organização de seu braço documental, o Cannes Docs, neste ano realizado excepcionalmente de maneira virtual. Já em novembro, o É Tudo Verdade foi incluído no restrito grupo de 21 festivais internacionais convidados pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood a qualificar os títulos selecionados a uma inédita via expressa para a próxima disputa do Oscar de documentários de longa-metragem.

Entre os destaques inovadores da não-ficção no país, louve-se o novo patamar de profissionalismo em narrativas audiodocumentais estabelecido por duas produções da Rádio Novelo, “Praia dos Ossos” de Branca Vianna, sobre o assassinato em 1976 de Ângela Diniz, e “Retrato Narrado” de Carol Pires, biografando o presidente Jair Bolsonaro. Complementar a este, na radiografia da cruel condução da pandemia por ele, recomendo assistir na Globoplay ao devastador “Cercados”, documentário de Caio Cavechini que transcende seu foco sobre o heroico e humanista trabalho da imprensa brasileira. É a trágica retrospectiva nacional do ano da covid-19 que didaticamente deveria ser programada em horário nobre de TV.

A todos, boas -e seguras- festas. Xô, 2020!
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