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10/23/2020
A Roma de Glauber
Por Amir Labaki
 
“Claro” (1975) talvez seja o mais fascinante objeto fílmico não-classificável dirigido por Glauber Rocha (1939-1981) -e não foram poucos. O próprio Glauber assim o definiu: “é o meu filme mais livre, no qual eu mesmo me desmitifico. É um filme político e psicopolítico; não existe divisão entre cinema e política”.

Um novo documentário de César Meneghetti, “Glauber, Claro”, reacende o fascínio ao contextuá-lo tanto dentro da trajetória do cineasta baiano quanto na cena cinematográfica do período de sua produção. Lançado no Festival Internacional de Cinema de Roma, o filme tem pré-estreia no Brasil dentro da corrente Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, apresentada quase exclusivamente on-line neste ano.
 
Diretor paulista formado pelo Centro Experimental de Cinema de Roma, com duas décadas de residência na Itália, Meneghetti confirma-se como guia tarimbado para refazer o percurso de Glauber durante a realização de seu último filme de exílio. Para auxíliá-lo, conta com depoimentos carinhosos de participantes nas filmagens e de quatro dos críticos italianos mais antenados com a produção brasileira: Adriano Aprá, Bruno Torri, Marco Giusti e Roberto Silvestri.
 
O arrocho repressivo no Brasil pós-AI-5 e a consagração internacional com “O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro” (1969, prêmio de direção em Cannes) catapultaram Glauber para um longo período internacional durante a primeira metade dos anos 1970. Três produções estrangeiras vingaram, entre tantas sonhadas. No Congo, Glauber ataca o colonialismo com “O Leão De Sete Cabeças” (1970). Na Espanha, realiza em “Cabeças Cortadas” (1970) uma fábula sobre as ditaduras latino-americanas. Em Cuba, tendo por parceiro Marcos Medeiros, investiga os destinos do país com o documentário de arquivo “História do Brasil” (1973-74).

Sediado a partir de 1974 em Roma, enquanto desenvolve para a RAI um épico histórico (O Nascimento dos Deuses) jamais concretizado, Glauber tirou da cartola “Claro”. Incomodado inicialmente pelo aspecto algo cru das imagens, Adriano Aprá tateou classificando-o como “um filme de família”, “também um documentário”, até cravar: “um filme militante muito estranho, um filme demencial”. “Claro” tem sim algo de tudo isso.

Ao centro de tudo, Roma. A concreta e a mítica. Glauber, equipe e atores como que flanam com a câmera por toda a cidade, a de cartão postal como o Coliseu e a Fontana de Trevi, e a de sua cinemateca privada, como a periferia dos filmes de seu admirado Pasolini (1922-1975).
   
A capital do ex-império mundial torna-se cenário de uma parábola entre familiar e política sobre a luta pela derrocada do sistema capitalista agora capitaneado pelo império americano. “Roma como o centro da opressão mundial, no que foram sucedidos pela Inglaterra e pelos EUA”, explica o ex-crítico do diário romano de esquerda Il Manifesto, Roberto Silvestri.
   
É Silvestri também que lembra o parentesco então entre Glauber e Godard em certa forma independente de produção militante. Protagonista de “Claro” como de “A Chinesa” (1966), a então namorada de Glauber, Juliet Berto (1947-1990), simboliza essa jornada comum. Constantemente a acompanhando em cena, Glauber inaugurava a assinatura com seu corpo e voz que caracterizariam toda sua produção posterior, como nota a montadora Cristiana Tullio-Altran.
   
As lembranças de intérpretes como Bettina Best e Luiz Maria “El Cachorro” Olmedo, do diretor de fotografia Mario Gianni e do técnico de som Davide Magara traduzem-se na tela em cenas com ar de happenings militantes, corroborando as impressões de Aprá. A atmosfera documental notada por ele marca sequências como as improvisadas em duas manifestações trabalhistas de grupos rivais.

No documentário de Meneghetti, “Claro” surge como a ponte entre o Glauber underground de “Câncer” (1968/72), rodado pré-exílio mas só nele finalizado, e o épico-filosófico de “A Idade da Terra” (1980), seu arquipolêmico filme-testamento. Sem o peso torturado de ambos, em “Claro” um Glauber mais solto vive -o cinema, a política, o amor.
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