Ministry of Culture and Itaú present
PORTUGUÊS   //   ENGLISH

E-mail successfully sent.
Please complete your register.

*Name
City
State
Country
Category
  • INTRODUCTION
    • » It‘s All True
    • » Amir Labaki
    • » Acknowledgements
  • CO-ORDINATION
    • » Itaú Cultural
    • » Sesc São Paulo
    • » Spcine
    • » Ministry of Culture
  • SCHEDULE
    • » Program
  • AWARDS
    • » Jury 2025
    • » Official Awards
  • GALLERY
    • » Photos
    • » Videos
  • LATEST NEWS
  • SUPPORT
  • PRESS
    • » Releases
    • » Clipping
  • TEAM
    • » Team
  • PAST EDITIONS
  • FESTIVAL'S CALENDAR
    • » Festivals Calendar
  • CONTACT
» newsletter
Sign up here to receive our newsletter
send »
» search movies
2012/13/14/15
16/17/18/19/20
21/22/23/24/25
 
» Home /
Latest News /
weekly column at valor econômico
09/04/2020
Assim Falou Schlöndorff
Por Amir Labaki
 

 
Sempre me intrigou que Volker Schlöndorff goze de menor prestígio na cinefilia internacional do que inúmeros de seus contemporâneos da geração do Novo Cinema Alemão revelada na década de 1960. Alexander Kluge, Margarethe von Trotta, Rainer Werner Fassbinder, Werner Herzog e Wim Wenders são alguns deles, todos merecedores de atenção e mesmo, em certos casos, de verdadeiro culto. Schlöndorff parece formar num segundo time, ao lado por exemplo de Edgar Reitz (Heimat).
 

O panteão talvez comece a mudar com a dupla homenagem prestada a ele pelo recém-encerrado 34º. Il Cinema Ritrovato, que aconteceu em Bolonha na semana passada, com programação parcialmente oferecida pela primeira vez por streaming global. Foi possível assistir de casa, no último dia 27, à estreia do documentário francês “Volker Schlöndorff – A Batida do Tambor”, de Pierre-Henri Gibert, seguido por uma “Lição de Cinema” de quase uma hora proferida pelo diretor alemão.
A programação em sequência liberou o cineasta do foco estritamente autobiográfico, permitindo-lhe dedicar a palestra à direção de atores em cinema. O retrato televisivo de Gibert condensa em 52 ágeis minutos tanto um perfil biográfico quanto um equilibrado balanço de sua filmografia.
 

 
Nascido em Wiesbanden a pouco menos de um semestre do início da Segunda Guerra (1939-1945), Schlöndorff escapou do destino burguês tradicional de sua árvore genealógica graças a um anúncio escolar de estudos na França. O período de imersão francesa reforçou a bibliofilia precoce e facultou a descoberta do templo universal da cinefilia, a Cinemateca Francesa de Henri Langlois.
 

 
De espectador privilegiado a estudante no então IDHEC (Institute de Hautes Études Cinematographiques) foi um salto natural. No círculo de estudantes conheceu Louis Malle (1932-1995), em estágio mais adiantado na carreira depois da precoce Palma de Ouro em Cannes que dividiu com Jacques Cousteau pelo documentário “O Mundo do Silêncio” (1956). Em 1960, Schlöndorff debutava como assistente de direção de Malle para as filmagens de “Zazie no Metrô”. O posto seria dele nos três longas-metragens seguintes, alternando-se ainda com trabalhos similares para Alain Resnais, em “O Ano Passado em Marienbad” (1961), e para Jean-Pierre Melville, em “Léon Morin – O Padre” (1961).
 

 
Na palestra em Bolonha, Schlöndorff distinguiu o aprendizado com os três cineastas. Malle revelou-lhe a importância do poder de “sedução” do diretor frente à toda equipe e elenco, visando trafegar de forma mais suave pelos solavancos inevitáveis de qualquer filmagem. De Resnais lembrou a delicadeza no trato dos atores, especialmente da maneira sutil com que murmurava dicas de atuação para a protagonista Delphine Seyrig. Já Melville, rude e intransigente, surgiu como um contra-modelo, alguém que o tempo todo “jogava o jogo do poder”.
 

 
Passada meia década de treinamento no auge da “Nouvelle Vague”, seus colegas franceses, Malle em especial, o convenceram a retornar à Alemanha para sua estreia como diretor de longas-metragens. Com ecos de sua austera experiência estudantil na França, “O Jovem Törless” (1966) lhe valeu de cara o prêmio da crítica na estreia em Cannes, catapultando-o à linha de frente do nascente Novo Cinema Alemão.
 

 
Baseado no romance autobiográfico de Robert Musil, “Törless” inaugura o filão de adaptações, literárias ou teatrais, que se estabeleceu como plataforma segura para o principal da filmografia do erudito Schlördorff. Essa âncora livresca talvez seja uma das explicações para o estigma em torno de sua obra, mas jamais funcionou como camisa-de-força estilística.
 

 
Basta contrastar a eletricidade moral de “A Honra Perdida de Katharina Blum” (codir. de von Trotta, 1975), o expressionismo de “O Tambor” (1979), que lhe valeu a Palma de Ouro e um Oscar de filme estrangeiro, a delicadeza de seu mergulho em Proust com “Um Amor de Swann” (1984), o existencialismo de “O Viajante” (1991) e o domínio do “noir” em “Crime em Palmetto” (1998). Para mim, seus melhores filmes, ao lado do documentário de entrevistas com Billy Wilder (2006) e da versão televisiva de “A Morte do Caixeiro-Viajante” (1985), com Dustin Hoffman e John Malkovich.
 

 
Quase não resta espaço para os generosos toques dele sobre direção de atores. Schlöndorff argumentou que o essencial é passar confiança, deixar os intérpretes confortáveis e jamais expressar a própria vulnerabilidade. “Jamais tente transformar a personalidade do ator na do personagem. Você vai perder seu grande capital -a personalidade do ator”, insiste. “Um filme é quase um documentário sobre os atores interpretando aquele papel”.
 

As maiores referências dele neste campo? Jean Renoir (A Regra do Jogo, 1939) e Ingmar Bergman (Persona, 1966). Schlöndorff abriu o encontro dizendo ter escolhido o tema a partir de uma conversa de véspera sobre o vácuo de aulas de direção de atores nas escolas de cinema. Creio, contudo, que se entregou na fala final. De tudo em cinema, dirigi-los é o que prefere. “Trabalhar com atores nunca cansa”, concluiu sorrindo. “É vida. É vida ao vivo”.

Share
« Back
» sponsorship
» partnership
» cultural supporters
» co-ordination
  • INTRODUCTION
    • - It‘s All True
    • - Amir Labaki
    • - Acknowledgements
  • GALLERY
    • - Photos
    • - Videos
  • TEAM
    • - Team
  • REALIZATION
    • - Itaú Cultural
    • - Sesc São Paulo
    • - Spcine
    • - Ministry of Culture
  • SCHEDULE
    • - Program
  • PRESS
    • - Press Contact
    • - Releases
  • LATEST NEWS
  • AWARDS
    • - Jury 2025
    • - Official Awards
  • FESTIVAL'S CALENDAR
    • - Festivals Calendar
  • CONTACT
  • SUPPORT
  • LATEST NEWS
Rua General Jardim, 770 - cj. 8A - 01223-011 - São Paulo - SP / Tel. 11 3064.7485