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08/28/2020
Profissão: Montador

Por Amir Labaki

Um novíssimo documentário que entrevista vinte montadores (como se dizia antigamente) ou editores (no jargão corrente) de filmes, “Na Ilha” de Julia Bernstein e Vinicius Nascimento, merece um público mais amplo do que o do que restrito grupo de interesse dos que lidam profissionalmente com cinema. Sua estreia aconteceu anteontem e de hoje a domingo ainda é possível assistí-lo no Canal Curta!.


Eles mesmos profissionais da edição, Julia e Vinicius convidaram duas dezenas de colegas de arte e ofício para entrevistas em seus locais de trabalho, a “ilha” do título. O arco geracional é amplo, assim como o regional, e variados são os estilos de trabalho, como demonstrado pelas obras montadas por cada um que dialogam com os depoimentos. Cada montador merece um episódio autônomo, com duração média de três minutos.


“Na Ilha” ilumina o processo de edição primeiro pelo talento de sua própria composição. Os vinte perfis  sintetizam organicamente a identidade pessoal e profissional dos retratados, sem preocupação com biografias e currículos, apresentados por simpáticas cartelas antes dos créditos finais. Em cada episódio, o discurso do entrevistado encontra correspondência nos breves mas certeiros trechos dos filmes que ajudaram a criar. Bem-resolvidos os desafios destas microedições, Julia e Vinícius as articulam com inteligência e ritmo na macroedição do filme por inteiro, sem compromisso com a cronologia biográfica dos entrevistados e sim com a sequência dramática ditada pela potencial articulação de um episódio com o seguinte.


O próprio documentário espelha assim em sua arquitetura o mosaico de visões expressas nas entrevistas. Como não poderia deixar de ser, algumas aportam elaborações abstratas sobre a montagem, enquanto outras se ancoram em questões mais concretas do ofício. Questões históricas -técnicas e estéticas- também afloram.


Diante de sua ilha de edição, Giba Assis Brasil (Ilha das Flores) garante não ter nenhuma saudade da moviola, a mesa de montagem utilizada na era do filme em celuloide, aposentada pelo cinema digital, enquanto Mair Tavares (O Anjo Nasceu) argumenta que talvez houvesse mais tempo de reflexão na época do manuseamento mais lento do negativo fílmico, em contraste com a era mas ágil do corte por programa de computador. O decano Máximo Barro (A Margem), por sua vez, confessa que seu “encanto era a montagem americana”, isto é, a invisibilidade buscada pela montagem no cinema clássico hollywoodiano, levada a colapso sobretudo pela emergência dos “cinemas novos” da década de 1960.


Eduardo Escorel (Terra em Transe) desmitifica o ofício: “Você escolhe e você combina. Se você faz bem, o resultado vai ser bom”. Já para Quito Ribeiro (Paraísos Artificiais), “a montagem é um processo vivo e infinito”. “Eu vivo em estado de montagem”, confessa-se Jordana Berg (Últimas Conversas).


Por sua vez, Natara Ney (O Rap do Pequeno Príncipe Contra As Almas Sebosas) aconselha: “Nunca se contente com o caminho fácil. Arrisca, arrisca sempre”. “O mais importante é estar sempre aberto para aquilo que está chegando”, concorda Luiz Pretti (Baixo Centro), entrevistado com o irmão também editor Ricardo. Já para Pedro Bronz (A Farra do Circo), “já está tudo no Vertov, o que dá mais para fazer do que aqueles russos malucos (fizeram)”?


Daniel Rezende (Cidade de Deus) e Karen Akerman (O Processo) frisam a importância crucial da montagem para a construção dos personagens. Vânia Debs (Baile Perfumado) lembra que muitas atuações são salvas na ilha de edição: “A montagem faz milagres, mas não faz todos os milagres”. “Você acha muitas cenas neste espaço onde não é necessariamente o lugar para procurar”, constata Marcio Hashimoto (Era o Hotel Cambridge).


Para Joana Collier (Paixão e Virtude), o essencial para montagem é captar a atmosfera do material bruto.


“Se o plano é bom, não corta”, sustenta Karen Harley (Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo). Sérgio Mekler (Campo Grande) diz muitas vezes preferir para a edição a expressividade dos ruídos à música.


 Transitando como tantos dos entrevistados entre distintos registros fílmicos, Marília Moraes (Elena) testemunha: “O documentário me ajuda na ficção, para eu conseguir mostrar a realidade nas cenas. A ficção me ajuda no documentário, pois é um caso de estruturação mesmo”. “Na Ilha” bem demonstra a segunda observação, como também combina as duas grandes escolas de montagem segundo Eduardo Serrano (Bacurau): os “estruturalistas”, que partem de uma visão macroscópica inicial do filme, e os editores “de fluxo”, que partem do microcosmo de cada cena. Em pouco mais de setenta minutos, Julia e Vinicius tornam-nos todos espectadores mais argutos.

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