Ministry of Culture and Itaú present
PORTUGUÊS   //   ENGLISH

E-mail successfully sent.
Please complete your register.

*Name
City
State
Country
Category
  • INTRODUCTION
    • » It‘s All True
    • » Amir Labaki
    • » Acknowledgements
  • CO-ORDINATION
    • » Itaú Cultural
    • » Sesc São Paulo
    • » Spcine
    • » Ministry of Culture
  • SCHEDULE
    • » Program
  • AWARDS
    • » Jury 2025
    • » Official Awards
  • GALLERY
    • » Photos
    • » Videos
  • LATEST NEWS
  • SUPPORT
  • PRESS
    • » Releases
    • » Clipping
  • TEAM
    • » Team
  • PAST EDITIONS
  • FESTIVAL'S CALENDAR
    • » Festivals Calendar
  • CONTACT
» newsletter
Sign up here to receive our newsletter
send »
» search movies
2012/13/14/15
16/17/18/19/20
21/22/23/24/25
 
» Home /
Latest News /
weekly column at valor econômico
07/24/2020
A Câmera e o Tribunal
Por Amir Labaki

Há que ter coragem para colocar no mercado uma coleção de DVDs chamada “Filmes de Tribunal - Seis Clássicos do Gênero” (Versátil Home Video, R$ 79,90) sem incluir sequer um dos primeiros títulos que veem à mente. O sexteto hollywoodiano essencial seria formado pela versão de Billy Wilder em 1957 para “Testemunha de Acusação” de Agatha Christie; “12 Homens e Uma Sentença”, do mesmo ano, de Sidney Lumet; “Anatomia de um Crime” (1959) de Otto Preminger; duas obras-primas do subestimado Stanley Kramer, ambos baseados em casos históricos, “O Vento Será Tua Herança” (1960) e “Julgamento em Nuremberg” (1961); e “O Sol É Para Todos” (1962), de Robert Mulligan.

A nova caixa de DVDs da Versátil optou por uma seleção de filmes menos célebres e não concentrada em Hollywood, com apenas duas produções americanas e quatro francesas. Louve-se a ousadia, tornando acessíveis títulos de peso e de rara visibilidade na era dominada pelo conservador cardápio dos principais canais de streaming, excetuando-se por aqui o Mubi, a Looke e o Belas Artes À La Carte.

As distintas dinâmicas judiciais nos EUA e na França estabelecem de saída importantes variantes estruturais. Ainda assim, todos os filmes se ancoram no recurso narrativo a flash-backs para a investigação criminal. Outro ponto comum é a excelência dos elencos, liderados cada um deles por ao menos uma estrela de peso.

Humphrey Bogart (1899-1957) não apenas protagoniza como estreia sua própria produtora, a Santana, em “O Crime Não Compensa” (1949), confiando a direção a um jovem cineasta em início de carreira chamado Nicholas Ray (1911-1979). Também Burt Lancaster (1913-1994) encabeçava o elenco e dava as cartas com sua companhia Hecht-Hill-Lancaster quando convenceu John Frankenheimer (1930-2002) a afastar-se da sua consagrada carreira como diretor de teledramas ao vivo e dar uma segunda chance ao cinema em “Juventude Selvagem” (1961).

São ambos dramas sociais sobre a identificação biográfica entre advogados bem-sucedidos de origem modesta, vividos por Bogart e Lancaster, e jovens acusados de assassinato com bases familiares similares às de seus defensores. Realizados com um intervalo pouco maior que uma década, espelham a evolução estilística entre o fim da era dos grandes estúdios e a ascensão da busca da autenticidade das ruas da nascente “nova Hollywood” da década de 1960. “O Crime Não Compensa” é assim um filme rodado sobretudo em estúdio, enquanto “Juventude Selvagem” areja-se a partir da filmagem de metade de suas cenas em locações reais no Harlem nova-iorquino, como proposto por Frankenheimer.

O quarteto de produções gaulesas também se ancora em grandes astros, mas em momentos distintos de suas carreiras e em equações de produção controladas pelos realizadores. Ainda na esteira de sua consagração internacional com “O Salário do Medo” (1953) e “As Diabólicas” (1955), o sádico Henri Georges-Clouzot (1907-1977) foi cirúrgico ao escalar Brigitte Bardot ao centro de “A Verdade” (1960).

Sua provinciana Dominique Marceau, em julgamento pelo assassinato do namorado parisiense, parece um desenvolvimento natural da Juliette Hardy de “E Deus Criou a Mulher” (1956), de Roger Vadim. Com datado moralismo, agigantam-se apenas as consequências trágicas de sua indomável libido.

Se Bardot derrota o estereótipo para apresentar em “A Verdade” a maior performance de sua abreviada carreira, é um crepuscular Jean Gabin (1904-1976) que injeta pathos ao patriarca polemicamente condenado de “O Caso Dominici” (1973), dirigido pelo prolífico Claude Bernard-Aubert (1930-2018). Depois de ter inspirado no calor da hora um livro-reportagem de Jean Giono (1895-1970) e um telefilme inacabado de Orson Welles (1915-1985), o enigma criminal mais popular da França do pós-guerra, com o assassinato em 1952 de um casal britânico e sua filha em férias no sul do país, ganha aqui uma primeira versão cinematográfica, austera e meticulosa.

A mais curiosa escolha do pacote repousa na dupla de filmes da parte final da carreira de André Cayatte (1909-1989). Advogado de formação, Cayatte abraçou o cinema durante o período da Ocupação (1940-1945). Treinou a mão em diferentes registros até retornar aos tribunais com uma câmera para rodar, no início dos anos 50, uma célebre tetralogia judiciária (Direito de Matar; Somos Todos Assassinos; Antes do Dilúvio; O Processo Negro).

Nenhum deles está entre os lançamentos, e sim os posteriores “Dois São Culpados” (1963), estrelado por Anthony Perkins (1932-1992) e Jean-Claude Brialy (1933-2007), sobre um infanticídio na Riviera, e “Atentado ao Pudor” (1967), a respeito de acusações de pedofilia contra um professor de província interpretado (e bem) pelo cantor Jacques Brel (1929-1978).

Truffaut e Godard sempre escarneceram do estilo acadêmico e professoral do “cinema de tese” de Cayatte. Como tantas revisões das batalhas lideradas pela linha de frente da “nouvelle vague”, a segurança de tom, somada à elegância e economia dos planos dos dois filmes, convidam à reabertura, no tribunal crítico, do caso Cayatte.

Share
« Back
» sponsorship
» partnership
» cultural supporters
» co-ordination
  • INTRODUCTION
    • - It‘s All True
    • - Amir Labaki
    • - Acknowledgements
  • GALLERY
    • - Photos
    • - Videos
  • TEAM
    • - Team
  • REALIZATION
    • - Itaú Cultural
    • - Sesc São Paulo
    • - Spcine
    • - Ministry of Culture
  • SCHEDULE
    • - Program
  • PRESS
    • - Press Contact
    • - Releases
  • LATEST NEWS
  • AWARDS
    • - Jury 2025
    • - Official Awards
  • FESTIVAL'S CALENDAR
    • - Festivals Calendar
  • CONTACT
  • SUPPORT
  • LATEST NEWS
Rua General Jardim, 770 - cj. 8A - 01223-011 - São Paulo - SP / Tel. 11 3064.7485