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11/08/2019
Nosso Amigo Fela
Por Amir Labaki

Lançado no Festival de Roterdã (Holanda) em janeiro passado e ganhador de uma menção honrosa do júri internacional do É Tudo Verdade dois meses depois, “My Friend Fela” (Meu Amigo Fela), de Joel Zito Araújo (A Negação do Brasil, 2001), acaba finalmente de estrear no circuito comercial brasileiro. Já seria uma produção e tanto se se concentrasse apenas no protagonista referido explicitamente no título: o cantor, compositor, instrumentista e militante do pan-africanismo Fela Kuti (1938-1997), criador nos anos 70 do afrobeat.

Fundindo o highlight africano ao jazz, o som originalíssimo de Fela talvez encontre equiparação entre seus contemporâneos, em frescor e influência, apenas no reggae de Bob Marley (1945-1981). Somente na última década, Fela ganhou um multipremiado musical na Broadway e foi retratado pelo oscarizado Alex Gibney em “Finding Fela” (2014), documentário que se equilibra entre sua trajetória e o registro do espetáculo teatral.

Não surpreende, assim, que os filmes de Gibney e de Joel Zito compartilhem alguns entrevistados e pontuais materiais de arquivo. O que diferencia “My Friend Fela” é apresentar a trajetória do músico nigeriano através da lente de seu amigo e biógrafo autorizado, o cubano Carlos Moore. É ele o segundo protagonista do documentário de Joel Zito.

Moore é a um só tempo militante, ensaísta e historiador. Escreveu sobre o racismo na tradição teórica marxista e rompeu com a Revolução Cubana, a que apoiara, ao denunciar-lhe os desmandos racialmente discriminatórios.
A convivência nos EUA com a escritora e ativista afro-americana Maya Angelou (1928-2014) foi essencial em sua formação, enquanto suas andanças pelo mundo o aproximaram de outra figuras centrais do pan-africanismo como Malcolm X (1925-1965) e Aimé Césaire (1913-2008).
Moore resume sua trajetória no memorialístico “Pichon: Minha Vida e a Revolução Cubana”, publicado pela editora Nandyala em 2015 no Brasil, onde morou por quase duas décadas a partir de 1998.

Foi em 1974, num mercado em Lagos, na Nigéria, que Moore ouviu pela primeira vez o afrobeat de Fela. No mesmo ano tornaram-se amigos, a ponto de Fela convidá-lo em 1981 a escrever sua biografia autorizada. Publicada originalmente em inglês no ano seguinte, “Fela –Esta Puta Vida” (Nandyala) ganhou prefácio de Gilberto Gil ao sair por aqui em 2011.

A reconstituição do entroncamento das vidas de Moore e Fela é a sacada que permitiu a Joel Zito examinar com maior ênfase a confluência entre música e militância na arte do nigeriano. Ecoa por todo o filme uma frase de Fela numa entrevista de arquivo: “Na África, a música não pode ser passatempo, tem de ser pela revolução”.

Moore alterna-se no papel de testemunha e de entrevistador, refazendo alguns passos de sua pesquisa. Entre os vários reencontros, nenhum é mais revelador do que a visita a ex-mulher americana de Fela, Sandra Izsadore, militante dos Panteras Negras ao conhecê-lo na Los Angeles de 1969.
“Sandra fez a cabeça de Fela como Maya fez a minha”, lembra Moore. Se a música de Fela começou a moldar-se a partir do contato com o jazz de Miles Davis e John Coltrane, ao estudar em Londres a partir de 1958, a militância explícita de suas letras de protesto, contra o racismo e o autoritarismo, se iniciou a partir de leituras por ela recomendadas como a autobiografia de Malcolm X.

Distribuída ao correr do filme, a entrevista de Sandra aborda sem meias palavras questões controversas. Destacam-se a poligamia de Fela (27 esposas), durante a vida comunitária em sua “República de Kalakuta” no retorno definitivo à Nigéria; sua conversão esotérica a um certo Professor Hindu nos anos 1980; sua paranoia frente à perseguição pela CIA.

Parece consensual que o trauma disruptivo foi a brutal morte de sua mãe, uma pioneira líder feminista atirada da janela pela tropa militar que em 1977 incendiou Kalakuta, estuprou mulheres e espancou Fela até quase morrer. Tudo em represália pelo antimilitarismo zombeteiro de sua canção “Zombie”.

O revide não tardou –com mais canções. Quem lembra o nome do ditador nigeriano de então? A legenda de Fela Kuti, esta jamais parou de crescer. Waka, waka, waka.


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