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25/07/2025
TUDO (OU QUASE) SOBRE JAYNE

Por Amir Labaki

Ao lado de documentários e séries não-ficcionais de crimes verdadeiros, biografias ou retratos de celebridades do cinema, esporte e música, em geral sob rigoroso controle dos retratados ou seus herdeiros, se tornaram apostas seguras para produtores, sobretudo plataformas de streaming. Raríssimos desses últimos vão além da hagiografia ou do instantâneo edificante.  Lançado em Cannes Classics, em maio passado, e agora disponível pelo HBO Max, “Jayne Mansfield, Minha Mãe”, de Mariska Hargitay, é dos raríssimos que quebra a forma.

Jayne Mansfield (1933-1967) celebrizou-se como um dos modelos maiores da “loira burra” dos estertores da Hollywood clássica, de meados dos anos 1950 ao início dos 60. Moldada como um genérico de Marilyn Monroe, sua popularidade foi imensa, mas seu apogeu foi breve e seu fim, não menos precoce e trágico, num acidente de automóvel que a vitimou numa madrugada aos 34 anos, quando sua carreira já se limitava a apresentações como “entertainer” em boates da América profunda.

Estreando agora como diretora, Mariska Hargitay alcançou o estrelato como atriz, premiada com o Emmy pela investigadora Olivia Benson da longeva série televisiva “Lei & Ordem: Unidade de Vítimas Especiais”, driblando qualquer identificação com a célebre mãe. Ela mesma sintetiza o distanciamento ao final do documentário: “Passei a maior parte da minha vida tendo vergonha de minha mãe. Uma pessoa da qual eu não tinha lembranças. Uma pessoa cuja voz eu não queria ouvir. Uma pessoa cuja carreira me fez quer fazer diferente.” 

O documentário é assim um tardio acerto de contas. O título original em inglês (My Mom, Jayne) apresenta melhor o projeto do que sua versão brasileira, que ostenta o nome artístico da mãe. Como ela anuncia ao começo do filme, trata-se de aproximar-se dela “não como o símbolo sexual Jayne Mansfield, mas como minha mãe Jayne”.

A quarta dos cinco filhos e filhas de Mansfield, Mariska tinha três anos quando de sua morte. Dela, afirma de saída no filme, não guarda memória. A distância é mútua, como indicam as raras fotos com ambas e o álbum infantil vazio. 

“Sou o Bebê Número Quatro”, testemunha Hargitay, a partir da anotação da própria mãe. “Acho que quando nasci, havia muita coisa acontecendo”. De fato, o casamento entre Jayne Mansfield e o imigrado húngaro e ex-Mr. Universe Mickey Hargitay vivia seus estertores quando de seu nascimento em 1964. A crise parece maquiada numa reportagem televisiva do ano anterior, em que anunciam a gravidez do terceiro bebê do casal (Miklós e Zoltán a precederam, sendo a primogênita, Jayne Marie, filha do primeiro casamento com Paul Mansfield).

Com o auxílio de entrevistas com os irmãos e a irmã, com Ellen, a segunda esposa de Mickey, e com o assessor de imprensa e biógrafo póstumo de Mansfield, o quase centenário Raymond “Rusty” Strait, Mariska reconstitui a carreira e a vida privada da mãe, tendo se preservado da extensa bibliografia sobre a “bombshell” hollywoodiana. A jovem estudante de piano e violino, órfã de pai aos três anos, sempre quis ser atriz.

“Eu sabia que o objetivo dela era ser uma atriz de verdade”, conta Jayne Marie. “Ela me disse isso desde o começo. E ela tentou. (...) E então ela fez o que ela tinha que fazer”.

O documentário resume a ascensão de Jayne Mansfield, deixando de lado tanto sua intensa carreira como modelo, que a levou às páginas da nascente Playboy, quanto os estudos de atuação com o grande Baruch Lumet (1898-1992), formador de uma geração em Dallas e pai do cineasta Sidney Lumet. O tino dela para publicidade valeu-lhe pequenos papéis a partir de um primeiro contrato com a Warner, em meados dos anos 1950, mas tudo deslanchou mesmo, conta a primogênita, após a ruptura com o estúdio e a estreia retumbante na Broadway, em 1955, no papel de uma estrela hollywoodiana ao lado de Walter Matthau na comédia “O Grande Sucesso de Rock Hunter”, que repetiria em 1957 nas telas, agora contracenando com Tom Ewell.

Jayne Mansfield fazia “o que tinha que fazer”. Como Marilyn, tingira os cabelos de loiro. Os figurinos, e a ausência deles, destacavam seu busto generoso. Uma voz algo infantilizada complementava a nova persona de “loira burra”. “Eu olhava para o outro lado quando ela fazia a ‘voz pública’, pois eu sabia que ela era muito, muito inteligente”, lastima o filho mais velho.

A partir da trágica e solitária morte de Marilyn, em 1962, conta Jayne Marie, “acho que ela (a mãe) percebeu que toda aquela ‘persona loira’ a encaixotava. E naquela época ela me disse que queria reverter aquela imagem”. 

Mansfield bem que tentou, sem sucesso, e veio a veloz queda, em pontuais produções europeias e uma carreira sem brilho em apresentações em boates. Foi na saída de uma delas, ao lado de três filhos e de um novo namorado abusivo (seu advogado, Sam Brody), que tudo terminou num desastre automobilístico.

Mariska e os irmãos sobreviveram ao acidente e começaram uma nova vida familiar com Mickey Hargitay e a nova esposa, Ellen. “Essas são as primeiras lembranças que eu tenho”, frisa ela. Mais de duas décadas se passariam até que o encontro com um dos líderes do fã-clube da Jayne Mansfield, Sabin Gray, revelaria para ela a “muita coisa” que estava “acontecendo” naqueles idos de 1962 e 1963.

O terço final do documentário se dedica a isso -e preservo os leitores de “spoilers”. O símbolo sexual passa a dividir o protagonismo com a atriz premiada uma geração mais tarde. Reportagens, entrevistas e fotos anteriormente exibidas são revistas e ressignificadas. É como se um novo filme se somasse ao imediatamente anterior, ampliando-o.

“Jayne Mansfield, Minha Mãe” resulta um tocante filme sobre identidade, numa revisão feminista com rara intimidade das exigências da Hollywood clássica e do alto preço pago pelas concessões aceitas pela ambição. O próximo Oscar de documentário já tem forte título no páreo.

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