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15/08/2025
Quando a Inclusão foi Televisionada

Por Amir Labaki

Pela simples leitura do cardápio de títulos na Netflix, “Programa de Domingo: A História de Ed Sullivan” (Sunday Best) de Sacha Jenkins poderia não despertar maior curiosidade, em especial para quem pouco ou nada sabe de um dos apresentadores essenciais da história da televisão nos EUA. Talvez algo ecoe nos ouvidos dos admiradores de Elvis Presley e dos Beatles, que bateram recordes de audiência na aurora da TV no programa, respectivamente em 1956 (60 milhões de espectadores) e 1964 (73 milhões).

O documentário de Jenkins rompe com o habitual ao destacar uma fundamental dimensão política a um fenômeno da história da mídia norte-americana: o papel essencial do The Ed Sullivan Show, durante quase um quarto de século, para a inclusão no mainstream televisivo de artistas negros dos EUA. Sim, Sullivan foi essencial para Elvis e os Beatles, mas ainda mais -e a recíproca é ainda maior- para James Brown e Mahalia Jackson, Tina Turner e Stevie Wonder, Diana Ross e Michael Jackson, para ficar em poucos nomes.

Como sempre, é o ator, cantor e ativista Harry Belafonte (1927-2023) que melhor sintetiza: “Uma coisa é olhar para a transformação dos EUA através do prisma do que o doutor Martin Luther King Jr. (1929-1968) trouxe para a mesa: a grande rebelião negra, o Movimento por Direitos Civis. Mas aquele movimento jamais teria sido capaz de se sustentar, com a intensidade que o fez, se não houvesse forças sutis em ação. Aquela força sutil foi um momento como Ed Sullivan”.

A conturbada estreia de Belafonte no programa, num domingo de outubro de 1953, em pleno macartismo correndo solto e ascensão da batalha pelos direitos civis dos negros, é o episódio capital para a devida contextualização da coragem antidiscriminatória de Ed Sullivan em seu programa semanal de variedades na CBS. Performances musicais de afro-americanos já eram parte das atrações, ainda que incomuns e sob constante crítica e pressão, mas o “comunista” Belafonte seria inaceitável. A CBS vetou -e Sullivan, recorda Belafonte, ficou “incomodado”.

“Estúpido e perverso” é como o apresentador havia respondido à exigência de um governador da Georgia, no sul dos EUA, de barrar artistas negros ao lado de brancos de programas de televisão. “Quando veio à luz o nome da Harry Belafonte, investiguei”, contou Sullivan. “Descobri que Harry é católico. Liguei para o padre dele”. Sem deixar de sustentar: “Como americano, desprezo o comunismo. Desprezo todo “ismo” como contrário ao bom e velho americanismo”.

Um encontro foi marcado no hotel em que Sullivan morava com a família em Nova York. Lembra Belafonte: “Disse a ele: ‘Tudo que o senhor sugeriu de que sou culpado de ter feito é verdadeiro. Mas me diga uma coisa: quando os irlandeses lutaram contra os britânicos, o espírito rebelde foi considerado muito heroico por todos os irlandeses do mundo. Explique-me qual a diferença quando nós negros também atacamos contra a mesma opressão. (...) Pensávamos que isso não era sobre a lealdade a uma nação, que era sobre a lealdade à condição humana. E nossa humanidade estava sendo terrivelmente brutalizada”.

“Sai do encontro sem saber do resultado”, diz Belafonte. No domingo, Sullivan anunciava: “Aqui está um dos grandes artistas de nosso país e um dos grandes artistas do mundo. Aqui está Harry Belafonte”. Ok, havia a origem irlandesa e modesta da família Sullivan, no Harlem novaiorquino. Nada é tão simples. Prefiro notar, na biografia de Sullivan, quando combateu o segregacionismo, ainda em 1929, como modesto jornalista esportivo.

A maior convivência com o universo artístico veio como colunista social do popular New York Daily News. “Acho que vaudeville foi uma grande parte do Ed Sullivan Show pois aquela era sua gente”, crava o “soul man” Smokey Robinson Ao se tornar mestre de cerimônias de espetáculos beneficentes no Madison Square Garden, o treino de apresentador. A CBS decidiu apostar, em 1948, num inédito programa noturno dominical ao vivo, com “um cara relaxado e informal”.

Não era exatamente o perfil de Sullivan, a polêmica foi grande, mas o programa decolou. “Nunca pensei que eu fosse a atração. Sempre continuei procurando pelo melhor a colocar no show”, acreditava o já veterano apresentador. “Aquelas performances, sempre ótimas, ficavam ainda melhores na televisão, pois, ao contrário do que acontece em um grande teatro, todo mundo tinha uma poltrona na primeira fileira”.

Primeiro como “Toast of The Town” (1947-1955), depois “The Ed Sullivan Show” (1955-1971), foram 23 temporadas de quase 1.100 programas com 10 mil artistas, das 20h às 21h dos domingos (uma hora mais tarde na primeira temporada). Na internet, especialmente no YouTube, não faltam números marcantes dos destacados no filme. Sacha Jenkins (1971-2025) nos ofereceu o raro e inesquecível: contexto. That’s entertainment? Por certo. E muito mais.



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