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04/07/2025
Retorno a Errol Morris
Por Amir Labaki

Nos dias que correm, com a tensão internacional oscilando num novo pico para este século, me vejo volta e meia pensando nos documentários de Errol Morris. Não exatamente pelo mais recente deles, “Caos: Os Crimes de Manson”, sua incursão pelo popular gênero do “true crime” no streaming, que não me empolgou ao ser lançado em março passado pela Netflix. Inspirado por um livro investigativo de Tom O’Neill, Morris volta a mergulhar nas relações entre a CIA e pesquisas nos anos 1950 em torno de lavagem cerebral, como na minissérie docuficcional “Wormwood” (Netflix, 2017). Lá o foco se concentrava na morte atribuída a suicídio do cientista militar Frank Olson, pela queda da janela de um hotel novaiorquino em 1953.

Seguindo a trilha de O’Neill, um dos entrevistados principais no novo filme, Morris se concentra agora sobre as várias teses em torno do assassinato em Los Angeles, em agosto de 1969, da atriz Sharon Tate, grávida de seu marido Roman Polanski, de quatro amigos na mansão do cineasta e, no dia seguinte, do executivo Leno LaBianca e esposa, por Charles Manson e seus seguidores no culto macabro conhecido como sua “Família”. Recorrendo a extenso material de arquivo, submetido a belas intervenções gráficas, o documentarista, como antes o repórter, alimenta a suspeita do envolvimento de Manson com as experiências da CIA com LSD para formar um exército subterrâneo submetido a lavagem cerebral, como o protagonista de “Sob O Domínio do Mal” (John Frankenheimer, 1962, citado, claro, no documentário), mas não consegue cravar mais do que coincidências curiosas.

Navegar pela obra de Errol Morris, mesmo em seus títulos de menor impacto, como “Caos” ou seu filme-entrevista com o mestre dos thrillers de espionagem John le Carré (O Espião Que Saiu do Frio), “O Túnel dos Pombos” (AppleTV+, 2023), sempre revigora a admiração pelo poder do melhor cinema não-ficcional. Para compreender o estado das coisas no mundo hoje, há raras experiências cinematográficas mais iluminadoras do que sua trilogia de retratos de homens públicos dos EUA, especialmente o primeiro (Sob A Névoa da Guerra, vencedor do Oscar em 2003) e o terceiro (American Dharma, 2018, inédito no Brasil), dedicados ao ex-secretário de Defesa Robert McNamara (1916-2009) e a Steve Bannon, agitador da “alt-right” americana e internacional, documentarista eventual e ex-diretor executivo da vitoriosa primeira campanha presidencial de Donald Trump em 2016. (“The Unknown Known”, 2013, sobre o também ex-secretário de Defesa de George W. Bush, Donald Rumsfeld, 1932-2021, me parece menos instigante frente à opacidade do personagem).

As imensas dificuldades de distribuição em salas e em streaming de “American Dharma”, tendo lançamento tímido mesmo no mercado americano (disponível agora em DVD), limitaram injustamente o conhecimento daquele que o próprio Morris classifica como “um dos melhores filmes que já fiz”. “Eu tento entrar na cabeça de alguém. No caso de Bannon, por meios dos filmes” -os dirigidos por ele, com títulos autoexplicativos como “Battle for America” (2010) e “District of Corruption” (2012), ou seus favoritos, à frente “Almas em Chama” (1949), drama de guerra dirigido por Henry King. 

A mensagem martelada pelo comandante de bombardeiros interpretado por Gregory Peck é vitória a qualquer preço. “Um mundo desprovido de moralidade ou ética, onde a única preocupação é a coesão do grupo e a vitória”, escreveu Morris em The Atlantic. A entrevista acontece num cenário que replica o hangar do filme predileto de Bannon. “As pessoas não entenderam que o set era uma metáfora”, lamentou Morris.

Arriscando uma hipótese para as razões da barreira para a comercialização, Morris conjectura que sua conversa com Bannon foi considerada “cinema tóxico”, ao conceder a ele uma plataforma para a pregação de sua “ideologia de destruição”, numa “campanha que está trazendo o fascismo para os EUA”, afirmou o cineasta numa entrevista após uma projeção à editora Jamilah King da revista progressista Mother Jones (o único extra do DVD). 

Indo ao ponto com Allisa Wilkinson do site Vox, sintetizou: “É a política do ‘foda-se’. Ei, você aí fora, vá se foder. É destrutivo e tem a ver com incendiar o lugar inteiro. Tem um quê apocalíptico”. Isso tudo, note-se, filme e declarações, ainda durante o primeiro governo Trump. “Já é terrível o bastante, mas pode ser ainda pior”, profetizou Morris.

Fade out, fade in para 2025. Com guerra em toda parte, e o espectro de extensões em dimensões inimagináveis, vale retornar às lições do ex-falcão arrependido Robert McNamara, secretário de Defesa (JFK, Johnson, Nixon) durante a escalada americana no Vietnã. Há duas versões: onze lições destacadas por Morris em “Sob A Névoa da Guerra” (disponível em streaming) e dez escritas pelo próprio McNamara e adicionadas como extras no DVD, refutando as do filme. 

São, contudo, complementares. As mais urgentes: “Empatize com seu inimigo”; “Proporcionalidade deveria ser uma guia na guerra”; “Não se pode mudar a natureza humana”; “A combinação vaga da falibilidade humana e de armas nucleares nos levará à destruição de nações”. 

McNamara adverte: “Acho que a raça humana precisa pensar mais sobre matar, sobre conflito. É isso que nós queremos neste século 21?”. Basta ler este jornal, oh boy, para notar quão poucos o estão escutando.

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