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06/06/2025
Cacá por Seu Cinema

Por Amir Labaki

“O cinema é o cinema, uma maneira específica de ver o mundo”. A certeira formulação de Cacá Diegues (1940-2025) sintetiza o acerto essencial no foco do “Para Vigo Me Voy”, o documentário de Lírio Ferreira e Karen Harley sobre um dos diretores fundamentais do Cinema Novo lançado no ciclo Cannes Classics do recém-encerrado 78º. Festival de Cannes. Finalizado apenas três meses depois de sua despedida em fevereiro passado, ao mesmo tempo aplaca um pouco o luto da partida e contribui para organizar as reflexões sobre a importância de sua obra e de seu legado.

“Para Vigo Me Voy” escapa da tradicional armadilha dos documentários biográficos de comprimir uma trajetória de vida numa narrativa cronológica do berço ao túmulo. Ferreira e Harley retratam Diegues por meio de um ensaio sobre seus filmes, seus pensamentos e suas emoções por eles expressos, seguindo a ordem de produção, mas libertos da camisa de força da estrita ordem filmográfica.

A estrutura analítica é arejada por registros inéditos e de arquivo que o captam em gravações contemporâneas do cotidiano de seus últimos anos, em casa ou durante as filmagens de sua última realização, o ainda inédito “Deus Ainda É Brasileiro” (em finalização), em documentários antigos de encontros festivos com companheiros de viagem do Cinema Novo e em reportagens filmadas durante rodagens e lançamentos de várias de suas principais obras.

A arguta e ágil edição de cenas centrais de seus filmes mais marcantes e de seu sempre cristalino discurso sobre as obras radiografa a curva de seu processo criativo por mais de meio século no instável território audiovisual brasileiro. Como alerta em meio de percurso, “o mais importante é que o cinema brasileiro pare de viver de ciclos” -Cataguases, chanchadas, Vera Cruz, Cinema Novo, Cinema Marginal, Embrafilme, Retomada, Ancine é o que o, nos assombra.

Duas belas falas iluminam sua relação com o movimento que ajudou a fundar e desenvolver. A primeira é um tributo: “Se os filmes de Nelson (Pereira dos Santos, 1928-2018) não tivessem existido antes do Cinema Novo, o Cinema Novo não poderia ter existido”. Veja ou reveja, assim, “Rio, 40 Graus” (1955) e “Rio, Zona Norte” (1957).

É programática a segunda, de inocência, arrojo e desmesura tocantes até hoje e para sempre arraigados aos sonhos de outrora da juventude de um país que ainda sonhava: “O projeto do Cinema Novo era muito simples: mudar a história do cinema, mudar a história do Brasil e mudar a história do planeta. Era só isso”.
 

A navegação pelos trechos de seus filmes reafirma uma constante: a sensibilidade para se aproximar da cultura popular, Carnaval à frente, e samba, e artistas mambembes, e circo, e mesmo televisão. De saída, lembre-se, há seu primeiro curta-metragem profissional, “Escola de Samba, Alegria de Viver”, um dos episódios do pioneiro “Cinco Vezes Favela” (1962). 

Mas não só tem em tema, mas em forma. “A estrutura do Carnaval é que está nos filmes”, atenta ele, apontando três exemplos óbvios: “Quando o Carnaval Chegar” (1972), “Xica da Silva” (1976), “Orfeu” (1994).

Uma pontual revelação autobiográfica ancora uma vereda fundamental. “A música na minha vida tem importância extraordinária, porque no fundo o que eu queria era ser maestro. Eu estudei um pouquinho de violão, um pouquinho de piano (...), mas não consegui tocar nenhum instrumento. Acho que tenho uma certa frustração nisso”. Cacá vai além: “Passo o dia ouvindo música. E se você for ver nos meus filmes, todos eles há uma relação com a música muito direta. Ou direta mesmo, como em “Quando o Carnaval Chegar”, ou uma interferência incidental da música de uma maneira forte, como em “A Grande Cidade”, “Os Herdeiros” ou mesmo “Xica da Silva”, ou então na própria estrutura do filme”.


Impossível melhor título, pois, que “Para Vigo Me Voy”, título da rumba do cubano Ernesto Lecuona imortalizada por Xavier Cugat, tornada mote do inesquecível Lorde Cigano de José Wilker na Caravana Rolidei de “Bye Bye Brasil” (1980). Na mosca, Cacá resume sua obra-prima: “É um filme sobre as coisas que estão nascendo e que estão acabando no Brasil”. Dedicado a nós, brasileiros, do século XXI. Aquela aquarela mudou. 



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