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14/02/2025
A Hora e a Vez de Jorge Bodankzy

Por Amir Labaki


É a hora e a vez de Jorge Bodanzky. Nada mais justo -e mais raro, num país grassado pelo etarismo em todas as áreas, a artística e a cinematográfica longe de exceção.


Aos 82 anos, Bodanzky lança nesta semana, após a pré-estreia no É Tudo Verdade 2024, “As Cores e Amores de Lore”, um retrato delicado e pioneiro da artista visual germano-brasileira Eleonore Koch (1926-2018), discípula de Volpi de fascinante personalidade. Logo após o lançamento, o cineasta e fotógrafo viaja a Berlim para a estreia internacional no Fórum Especial da 75ª Berlinale, no dia 17, da versão restaurada de seu maior clássico, “Iracema, Uma Transa Amazônica” (1974), co-dirigido por Orlando Senna. Até abril, o público de Fortaleza pode visitar na Pinacoteca do Ceará a itinerância da vigorosa exposição “Que País É Este? A Câmera de Jorge Bodanzky Durante a Ditadura Brasileira, 1964-1985”, organizada no ano passado pelo Instituto Moreira Salles (IMS) com um panorama de sua vasta produção audiovisual e fotográfica, em curadoria de Thyago Nogueira.


Não resisti a romper com o formato tradicional desta coluna para entrevistar Bodanzky sobre este momento especialíssimo. O foco central foi naturalmente o novo filme, que parte de uma vereda autobiográfica similar às de suas lembranças da experiência formadora na Universidade de Brasília (UnB) da virada dos anos 1960 para os 70 em “UnB - Utopia Distopia” (seleção especial, É Tudo Verdade 2020).


Iniciei perguntando-lhe sobre a origem do projeto. "Venho trabalhando neste filme, As Cores e Amores de Lore, há mais de 10 anos, desde quando a Cosac Naify fez um livro sobre a Lore. Trabalhando neste projeto, o jornalista Orlando Margarido me ligou perguntando: quem é Rosa Bodanzky? É minha mãe. Ao Lore citar esse nome, me interessei. O que inicialmente me motivou a conversar com a Lore foi a história da minha mãe. A chance de falar com uma pessoa que pudesse me contar as coisas da minha mãe que, na época eu não tinha maturidade para perguntar para ela. Lore é de uma geração um pouquinho mais nova do a da que minha mãe. À medida que as nossas conversas avançavam, se tornando mais íntimas, a história dela começou a prevalecer”.


Foi intencional, pela primeira vez em longa-metragem em sua obra, mergulhar na vida e obra de uma criadora?  “Não tem assim um fator decisivo da escolha de fazer um filme como o retrato de um artista, foi acontecendo com o tempo”, respondeu Bodanzky. “Eu não a conhecia e a Lore me recebeu muito bem. Desde o primeiro encontro gravei as nossas conversas, mais de cinco anos de encontros. Tudo isso eu sempre com uma pequena câmera fotográfica, Canon, e com o celular. A história também aconteceu muito em função da minha maneira de filmar. Eu sempre estive sozinho com ela. Eu mesmo fazia a câmera e o som da própria câmera. Era uma conversa só nós dois, mesmo eu já tinha esquecido a câmera. Os assuntos eram muito variados e alguns recorrentes; a questão do casamento, a questão dos filhos, a questão profissional. Isso foi juntando e fui passando para a montadora Bruna Callegari, que foi organizando o material, mas ainda sem uma ideia clara do que que isso poderia render. As conversas foram durante os últimos cinco anos da vida dela. Foram mais cinco anos depois que ela morreu até a realização do filme.


“Ela deixou para mim o arquivo pessoal dela, uma quantidade enorme de fotografias, de negativos, um diário que ela escreveu durante a vida toda, agendas, e uma correspondência incrível, mais de 2000 cartas, em alemão, em inglês, em português, em letra cursiva, batidas à máquina. Impossível de ver tudo isso, eu olhei apenas as cartas que ela citava em nossas conversas. O resto do material ainda está para ser lido para ser descoberto".


"Depois veio a pandemia e esse material ficou aqui em casa. Conseguimos um recurso para finalização e já eram 10 anos de convivência com esse material. A coisa estava bem madura. O tempo foi um fator importante. O que mais me marcou nesses anos de conversa foi a sua maneira livre de viver. Eu enxergava minha mãe assim também. Um aspecto importante também foi o olhar da Bruna, o ponto de vista de uma mulher. Enxergar a Lore como uma mulher libertária, livre, quase revolucionária na sua forma de ser, acho que foi a grande motivação do filme”.


O lançamento da cópia digitalmente restaurada de “Iracema, Uma Transa Amazônica”, como parte da mostra do IMS-SP no ano passado, reafirmou a extraordinária contemporaneidade do filme, em sua forma híbrida e em seu registro da devastação amazônica, ao completar seu cinquentenário. Indaguei-lhe se algo de novo se revelou também a ele nesta revisita. “O restauro incrível foi feito a partir dos originais na Alemanha. Imaginar que era um filme 16 mm. A imagem é tão bonita, tão rica, tão cheia de detalhes, que eu não tinha chance de observar antes. E o som também trouxe uma profundidade, uma gama de ambiência, que eu não tinha percebido no filme. Rever esse filme, além, claro, de todo o seu conteúdo, a forma com que ele se apresenta é um colírio para os meus olhos".


A exposição “Que País É Este?” abrange sua obra, incluindo registros inéditos em super-8, do período de 21 anos de regime militar. Haveria uma marcante diferença numa nova mostra, com sua produção nestes últimos 40 anos? “Não seria muita diferente, porque os problemas todos continuam aí, do mesmo jeito”, sustenta Bodanzky. “Tudo aquilo que aconteceu na ditadura, no projeto dos militares, em grande parte ainda está aí -em outra forma, talvez com outro tipo de violência, não tenha a tortura explícita, mas está tudo aí. Tanto é que, nos filmes que eu fiz, a temática não variou tanto assim. O título dessa nova mostra seria o mesmo, “Que País É Este?”. A gente continua perplexo com esse país, que continuo retratando em meu trabalho”. Este é Jorge Bodanzky.


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