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14/06/2024
Kafka na Tela
Por Amir Labaki

A mais abrangente celebração cinematográfica do centenário de morte do escritor tcheco Franz Kafka (1883-1924), completado no último dia 3, acontece na virada deste mês durante o 58º Festival Internacional de Cinema de Karlovy Vary, na República Tcheca. Batizada a partir do título de um conto do escritor, sem embargo de sua datada incorreção política, a retrospectiva “A Vontade De Ser Um Pele-Vermelha: Kafka e O Cinema” vai apresentar, do próximo dia 28 a 6 de julho, 13 longas, 4 médias e 5 curtas-metragens.

A mostra abrange mais de setenta anos do que define como “reflexões cinematográficas da obra de Franz Kafka”, incluindo ficções e animações, mas não documentários, abrindo mão assim de títulos importantes como o meticuloso “Quem Foi Kafka?” (2005) do suíço Richard Dindo, para ficar apenas num exemplo. Não dá para ter tudo, pode-se argumentar, lembrando-se as 162 adaptações inventariadas apenas pelo site IMDb.


Um dos dois curtas-metragens baseados no autor de “O Processo” dirigidos em sua fase britânica pela diretora italiana Lorenza Mazetti (1927-2020) é o mais antigo filme do ciclo. Rodados ambos em 1953, a curadoria optou por “K”, e não por “O Médico Rural”, provavelmente pelos ecos pioneiros da liberdade formal e do foco no “homem comum” do que logo se desenvolveria como o Free Cinema britânico (Lindsay Anderson, Karel Reisz, Tony Richardson). “K” parte da novela “A Metamorfose”, alternando o clima de pesadelo de Gregor Samsa entre seu quarto e ruas londrinas.


A retrospectiva poderia ser aberta por uma pioneira contribuição latino-americana, não tivesse se perdido a cópia do curta de estreia na Havana pré-revolucionária de Tomás Gutiérrez Alea e Néstor Almendros. Ambos debutaram em filme adaptando o conto “Uma Confusão Cotidiana”, rodado em 1950 na bitola amadora de 8mm.


Numa entrevista em dezembro de 1993, o próprio Alea me contou: “Nele dois homens que têm um encontro marcado num certo lugar nunca se encontram. Quando um chega, o outro ainda não está. O primeiro vai procurá-lo, o segundo chega ao lugar. Os atores foram três amigos nossos de teatro”.


Karlovy Vary atribui a David Lynch a medalha de cineasta mais inspirado por Kafka, apresentando em sessão dupla um curta surrealista de juventude, “A Avó” (1970), e o terceiro episódio da terceira temporada da série “Twin Peaks”, de 2017. Steven Soderbegh também exibe dois títulos, mas são variações do mesmo material de origem.


Em “Mr. Kneff” (2023, ainda inédito por aqui), Soderbergh reedita seu segundo longa-metragem, o noir “Kafka” (1991), que já na época da estreia me pareceu injustamente espancado.  À moda do “Hammett” (1982) de Wim Wenders, Soderbergh mergulha o escritor numa trama inspirada pelos enredos de seus escritos. Na revisita, segundo afirmou, procurou moderar “o tom exagerado” e tornar tudo “um pouco mais abstrato”.


Na seleção de filmes de outros cineastas célebres, o ciclo busca combinar adaptações diretas, como em “O Processo” (1963) por Orson Welles e no inacabado “Amerika” pelo casal Danièle Huillet/Jean-Marie Straub em “Relações de Classe” (1984), a inspirações evidentes, como em “O Inquilino” (1976), de Roman Polanski, e “After Hours” (1985), de Martin Scorsese.


O título mais recente é um curta-metragem, “O Túmulo de Kafka” (2022), do francês Jean-Claude Rousseau. Entre os filmes mais breves, talvez o mais conhecido seja “Franz Kafka’s It’s A Wonderful Life”, (1993), também inspirado por “A Metamorfose”, que valeu o Oscar da categoria ao diretor e ator britânico Peter Capaldi (Doctor Who).


A mostra retrata o fascínio planetário pelo escritor. O próprio cinema tcheco é triplamente representado, pelos médias-metragens “Joseph Kilian” (1963), de Pavel Jurácek e Jan Schmidt, e “Metamorfose”, de Jan Nemek, e pelo longa “Amerika”, de Vladimir Michálek. Do Japão, eis “O Artista da Fome” (2015), de Masao Adachi, e o curta de animação “O Médico do Campo”, de Koji Yamamura. Até o mestre senegalês Ousmane Sembene marca presença, com seu “O Vale Postal” (1968), inspirado por um conto com subtons kafkianos de sua própria autoria.


Em sua resenha nada simpática ao “Kafka” de Soderbergh, o crítico americano Roger Ebert (1942-2013) argumentava que, “de todos os grandes autores, Kafka talvez seja o mais difícil de filmar, pois suas histórias têm seus centros nas mentes de homens reclusos e autodepreciativos que pensam principalmente em si mesmos”. Compreendo o ponto, mas imagino se a retrospectiva tcheca não balançaria suas convicções.


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