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24/05/2024
Cannes 2024: Entre Fato e Ficção
Por Amir Labaki

Sinal dos tempos: serão conhecidos neste sábado (25) os vencedores do júri oficial da 77ª edição do Festival de Cannes e, nesta sexta (24), o escolhido pelo júri paralelo para o Olho de Ouro de melhor documentário-e está na segunda, entre títulos não-ficcionais, a disputa mais acirrada do ano. Com uma qualidade inferior ao da média recente, a competição principal pela Palma de Ouro reúne neste ano 24 filmes, incluindo o brasileiro “Motel Destino”, de Karim Aïnouz. A diretora americana Greta Gerwig (Barbie) preside o júri.

Entre os 22 documentários concorrentes ao prêmio organizado pela SCAM, a sociedade francesa de autores audiovisuais, há também uma produção brasileira: “A Queda do Céu”, de Gabriela Carneiro da Cunha e Eryk Rocha. Em 2016, Eryk recebeu o Olho de Ouro, em sua segunda edição, pelo ensaio de arquivo “Cinema Novo”, em júri do qual tive o privilégio de participar. Neste ano, os jurados de melhor não-ficção têm como presidente o cineasta francês Nicolas Philibert (Ser e Ter, 2002).

Nada menos que nove dos documentários em concurso são retratos de personalidades cinematográficas. Produzido pela HBO, “Elizabeth Taylor: The Lost Tapes” (Elizabeth Taylor: As Fitas Perdidas), de Nanette Burnstein, foi uma das surpresas positivas ao quebrar com o tom hagiográfico em geral dominante. O esqueleto não são fitas exatamente “perdidas”, mas sim reeditadas com recursos de AI, contendo uma série de entrevistas gravadas em 1964 pelo jornalista Richard Meryman (1926-2015).

Taylor tinha 32 anos, pouco mais de duas décadas de carreira, quase isso de estrelato (“A Coragem de Lassie”, de 1946, a catapultou à fama) e cumprira o primeiro e melhor terço de sua filmografia. É curioso como comenta a mudança de postura ao dirigi-la de George Stevens, do primeiro papel mais exigente, em “Um Lugar Ao Sol” (1951), ao épico “Assim Caminha a Humanidade” (1956), e o merecido desprezo que dedica a “Disque Butterfield 8” (1960), de Daniel Mann, que lhe valeu o primeiro Oscar.

Burnstein destaca devidamente o maior desempenho de sua carreira, no misto de duelo e dueto com Richard Burton, na adaptação em 1966 por Mike Nichols da peça “Quem Tem Medo de Virgínia Woolf?” de Edward Albee, valendo-lhe o segundo Oscar. Não parece tampouco exagerado creditar ao romance Taylor-Burton a aurora do fenômeno contemporâneo da perseguição midiática.

Algo similar estrutura “François Truffaut: Le Scénario de Ma Vie” (François Truffaut: O Roteiro de Minha Vida), dirigido por David Teboul (Brigitte Bardot, 2012) e escrito por Serge Toubiana. Meses antes de sua morte precoce aos 52 anos, o diretor de “Os Incompreendidos” (1960) recordou sua história familiar em depoimentos ao amigo Claude de Givray. A transcrição desses encontros, assim como outros textos e correspondências), permitem a Teboul desenvolver o retrato fílmico mais intimista de um dos líderes da Nouvelle Vague.

O grande favorito ao Olho de Ouro me parece ser “A Invasão”, de Sergei Loznitsa. Em pouco mais de duas horas, em puro cinema direto, sem entrevistas ou arquivos, acompanha-se o cotidiano de civis e militares na Ucrânia sob ataque da Rússia de Putin. Com empatia e sem sensacionalismo, num registro a um só tempo seco e tocante, Loznitsa nos oferece o mais complexo mosaico do impacto do conflito na sociedade ucraniana.
Nada exagerada seria uma menção para “A Queda do Céu”. Inspirados pelo livro do xamã ianomâmi Davi Kopenawa e do antropólogo Bruce Albert, Gabriela Carneiro da Cunha e Eryk Rocha oferecem talvez a mais ampla aproximação audiovisual da cosmogonia dos ianomâmis. Não é pouco.

Entre as decepções, é pena incluir “Lula”, de Oliver Stone e Rob Wilson, ao lado de “Faye”, de Laurent Bouzereau. Com uma trilha massacrante, o panorama biográfico do presidente brasileiro nada apresenta de mais original, com exceção de trechos pontuais do bom desempenho de Lula numa entrevista inédita, como aquele em que explica por que se entendeu melhor com o republicano George W. Bush do que com o democrata Barack Obama.

Aos 83 anos, Faye Dunaway merecia também um tratamento menos superficial e complacente. Ok, estão lá a fama de uma personalidade difícil e o mergulho da carreira após a caricatural composição de Joan Crawford em “Mamãezinha Querida” (1981). Mas o tom geral do filme de Bouzereau (HBO) é celebratório e pouco ilumina de uma das intérpretes essenciais da Nova Hollywood, da virada dos anos 1960 para os 1970, em clássicos como “Bonnie e Clyde: Uma Rajada de Balas” (1967), “Chinatown” (1974) e “Rede de Intrigas” (1976).

Nenhum documentário concorre à Palma de Ouro deste ano. O registro mais próximo revelou-se no híbrido entre doc e ficção “Caught By The Tides” (Apanhada pelas marés), de Jia Zhang-ke, em que um desencontro amoroso percorre um afresco da revolução social chinesa neste século 21. Se não valer a primeira Palma a Jia, é passada a hora de Cannes premiar sua intérprete e companheira Zhao Tao.
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