Ministério da Cultura e Itaú apresentam
PORTUGUÊS   //   ENGLISH

Email cadastrado com sucesso.
Favor complete seu cadastro.

*Nome
Cidade
Estado
País
Categoria
  • APRESENTAÇÃO
    • » É Tudo Verdade
    • » Amir Labaki
    • » Agradecimentos
  • REALIZAÇÃO
    • » Itaú Cultural
    • » Sesc São Paulo
    • » Spcine
    • » Ministério da Cultura
  • PROGRAMAÇÃO
    • » Programação de Filmes
  • PREMIAÇÃO
    • » Júri 2025
    • » Premiação Oficial
  • GALERIA
    • » Fotos
    • » Vídeos
  • NOTÍCIAS
  • APOIO
  • IMPRENSA
    • » Releases
    • » Clipping
  • EQUIPE
    • » Equipe
  • EDIÇÕES ANTERIORES
  • CALENDÁRIO DE FESTIVAIS
    • » Calendário de Festivais
  • CONTATO
» newsletter
Cadastre-se aqui para receber as novidades do festival
enviar »
» busca filmes
2012/13/14/15
16/17/18/19/20
21/22/23/24/25
 
» Home /
Notícias /
coluna semanal no valor econômico
12/01/2024
Desconstruindo Rock Hudson

Por Amir Labaki

Os fãs de Rock Hudson (1925-1985) nem precisaram esperar até seu centenário de nascimento para assistir à biografia em documentário. Lançado no Festival de Cinema de Tribeca (EUA) em meados do ano passado, já é possível alugar ou comprar em streaming (Apple TV, Now) “Rock Hudson: All That Heaven Allowed” (Rock Hudson: tudo que o céu permitiu), intitulado pelo diretor Stephen Kijak com uma piscadela para um dos melodramas estrelados por ele para Douglas Sirk na década de 1950.

Entre as novas gerações não deve ser imediata a identificação de um dos galãs mais populares da Hollywood de meados do século passado. Eu mesmo o vi pela primeira vez como protagonista de uma esquecida série de TV do início dos anos 1970, “O Casal McMillan” (1971-1977), um policial semanal coestrelado pela ainda mais esquecida Susan Saint James. Passado o ápice de sua carreira cinematográfica, Hudson reconquistou parte da fama no fim de sua carreira numa série televisiva de maior popularidade, a constrangedora “Dinastia” (1981-1989). sobre amores e vilanias entre a elite da América profunda.

Rock Hudson despediu-se de forma trágica, como talvez a primeira celebridade a ser fatalmente vitimada em consequência da Aids. Sua homossexualidade era um segredo de polichinelo, mas ainda desconhecida pelo grande público, pois o ator jamais saíra do armário, como Paulo Francis comentou em sua coluna na Folha em fins de julho de 1985, quando o declínio final de sua saúde ganhou manchetes.

Stephen Kijak foca seu documentário sobre esta vida privada sigilosa de Hudson, deixando em segundo plano um exame mais minucioso de sua carreira nas telas. Os títulos principais estão lá, das dissecações melodramáticas da “Americana” por Sirk às comédias deliciosas ao lado de Doris Day (Confidências À Meia-Noite, 1959), passando pela isolada indicação ao Oscar por “Assim Caminha a Humanidade” (1956). Mas, revisitando a sacada de Mark Rappaport no ensaístico “Os Filmes Privados de Rock Hudson” (1992), a filmografia do ator serve sobretudo como um arsenal de cenas a ilustrar, recontextualizadas, os comentários e as anedotas sobre a face oculta de seu cotidiano.

O jogo infelizmente se torna, primeiro, redundante pelo excesso, perdendo força em esticados 105 minutos; segundo, eticamente complicado, em ocasionais edições internas de sequências originais, as alterando por exemplo para incluir Hudson num pedido de casamento entre outros personagens, tornando gay uma cena hétero; terceiro, limitadora, pois a discussão sobre a opção sexual ofusca uma visão geral das opções de carreira e do talento do intérprete de “Palavras ao Vento” (1956).

Este último ponto é o que levou Peter Debruge, na resenha para a Variety, a considerar o filme é “um desserviço a ele, reduzindo a carreira de Hudson -da forma exata que ele foi tão longe para evitar- à dimensão de sua sexualidade”. Não assino embaixo, mas compreendo o ponto.

Discuta-se a ênfase, mas se reconheça a organicidade na construção por Kijak de “All That Heaven Allowed”. Complementando os depoimentos sobretudo de arquivo, sucedem-se entrevistas inéditas com homens que transaram com Hudson, em relacionamentos pontuais ou duradouros. Algumas delas, explícitas até a anatomia.

A desconstrução de Rock Hudson atinge outra dimensão na análise da usina americana de sonhos. “De certo modo, Rock é a mais bem sucedida criação da era de ouro de Hollywood”, argumenta Robert Hofler, biógrafo de Henry Willson (1911-1978), o agente que o colocou no mapa. “A última daquelas estrelas fabricadas em que todos os aspectos do que pensamos ser sua vida privada foi construída por outras pessoas”.

Da adoção do nome artístico à escolha da esposa de fachada (Phyllis Gates, ex-secretária de Willson), dos papéis de conquistador às noitadas promocionais com “starlets” para a imprensa de fofocas, disseca-se como Ray Harold Scherer Jr. a um só tempo se reinventou e foi reinventado para consumo como galã hollywoodiano. Um ator, dentro e fora das telas.


Afinal, quão talentoso era ele? Um filme algo esquecido, “O Segundo Rosto” (Seconds, 1966) de John Frankenheimer, decide a parada. Hudson interpreta um homem de finanças novaiorquino que forja a própria morte e se submete a uma operação plástica radical para recomeçar tudo sob uma nova identidade.


O documentário traz uma leitura metafórica a partir da mesma lente da homossexualidade. Coerente, mas restritiva. “O Segundo Rosto” é uma parábola desconcertante sobre o mal-estar existencial da América no auge da Guerra Fria. Um mero queridinho das matinês nada teria a fazer ali.



Compartilhar
« Voltar
» patrocínio
» parceria
» apoio cultural
» realização
  • APRESENTAÇÃO
    • - É Tudo Verdade
    • - Amir Labaki
    • - Agradecimentos
  • GALERIA
    • - Fotos
    • - Vídeos
  • EQUIPE
    • - Equipe
  • REALIZAÇÃO
    • - Itaú Cultural
    • - Sesc São Paulo
    • - Spcine
    • - Ministério da Cultura
  • PROGRAMAÇÃO
    • - Programação de Filmes
  • IMPRENSA
    • - Releases
    • - Destaques
  • NOTÍCIAS
  • PREMIAÇÃO
    • - Júri 2025
    • - Premiação Oficial
  • CALENDÁRIO DE FESTIVAIS
    • - Calendário de Festivais
  • CONTATO
  • APOIO
  • EDIÇÕES ANTERIORES
Rua General Jardim, 770 - cj. 8A - 01223-011 - São Paulo - SP / Tel. 11 3064.7485