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04/10/2013
A Maior Vitória de Ali
Ano após ano, o cinema não nos deixa esquecer que, três décadas após se afastar dos ringues e duas enfrentando o mal de Parkinson, Muhammad Ali é, aos 71 anos, um mito americano, a um só tempo ídolo esportivo, ícone pop e exemplo cívico. Nem mesmo Pelé entre nós alcançou similar status.

Dois novos filmes lançam luzes agora sobre o mais longo período de incertezas de sua vida e sua carreira, entre 1964 e 1971, quando o já campeão mundial dos pesos-pesados (o único a conquistá-lo por três vezes) anunciou sua conversão ao islamismo, trocou o nome Cassius Clay por Muhammad Ali, recusou-se por motivo de consciência a unir-se às tropas no Vietnã, foi condenando à prisão, teve o título cassado, afastou-se do boxe por três anos e amargou um período de exílio.

Em cartaz no corrente Festival do Rio, o documentário “Muhammad Ali – Das Lutas ao Ativismo” (The Trials of Muhammad Ali), de Bill Siegel, concentra-se exatamente nesta época, cobrindo ainda em sua parte final seu corajoso combate, sem afastar-se do holofote público, contra a doença degenerativa, como o mundo testemunhou ao vê-lo fragilizado acender a pira olímpica em Atlanta-96.

Por sua vez, depois da estreia fora de concurso no Festival de Cannes, chega neste final de semana à TV americana (HBO) o docudrama “Muhammad Ali’s Greatest Fight” (A Maior Luta de Muhammad Ali), dirigido pelo cineasta britânico Stephen Frears. Ainda sem exibição televisiva prevista por aqui, o telefilme fecha ainda mais o foco, reconstituindo o julgamento em 1970 e 1971 pela Suprema Corte dos EUA do recurso contra a sentença de prisão por sua recusa em participar da Guerra no Vietnã.

“Esse não é um filme sobre Muhammad Ali, mas sobre tudo o que a Suprema Corte passou para que ele tivesse uma segunda chance de defesa”, explicou Frears em Cannes. “Para isso, não poderia mostrar no papel de Ali ninguém menos do que o próprio”, completou, como se fosse necessário justificar a presença do lutador apenas em imagens de arquivo no filme.

Inspirado pelo livro reportagem homônimo de Howard L. Bingham e Max Wallace (M. Evans & Company, 2000), “A Maior Batalha de Muhammad Ali” é quase teatro filmado. Temperada por pontuais tramas paralelas em torno de disputas entre assessores, problemas de saúde e questões familiares, a narrativa fixa-se no embate entre os juízes favoráveis e os contrários à absolvição de Ali a partir da argumentação de seu direito de recusar o serviço militar devido à objeção por consciência pautada por sua nova opção religiosa.

A deliberação dos oito juízes (um declarou-se impedido) aconteceu sob forte fogo cruzado, diante do acirramento dos protestos contra o engajamento militar americano no Sudeste Asiático. De um lado, a pressão da Casa Branca de Nixon, decidida a fazer exemplar a punição ao boxeador. De outro, a escalada das manifestações públicas contra a guerra, somada à cobertura crescentemente crítica pela imprensa.

Depois de sua fenomenal composição do Nixon aposentado em “Frost-Nixon” (2009), Frank Langella flana como o principal aliado dele na corte, o juiz Warren Burger, então na Presidência da Suprema Corte. No campo oposto, o veterano Peter Gerety (o juiz Stanek da telessérie “The Good Wife”) defende bem talvez seu principal papel como o liberal juíz William J. Brennan Jr. Mais uma vez, quem rouba a cena é Christopher Plummer (A Noviça Rebelde), no papel de um juiz republicano inicialmente indeciso, John Marshall Harlan.

O roteiro de Shawn Slovo evita sabiamente o cipoal jurídico e consegue a proeza de criar tensão numa batalha de ideias com final largamente conhecido. Como não poderia deixar de ser na época, as inserções com Muhammad Ali flagram-no mais fora do que dentro das quatro cordas, nem por isso menos imponente ou magnético.

É também longe dos ringues que Bill Siegel destaca Ali nas valiosas cenas de arquivo de seu documentário. O conflito central é resumido exemplarmente logo na sequência de abertura. Primeiro, numa entrevista para TV em 1968, eis o lutador sendo insultado pelo então conhecido apresentador de “talk shows”, David Susskind: “Não acho nada tolerável neste homem, um tolo simplório e um peão”. Corte para a cerimônia em 2005 em que George W. Bush entrega a Muhammad Ali a mais importante condecoração civil dos EUA, a Medalha Presidencial da Liberdade.

Codiretor de outro documentário político sobre a radicalização do debate político nos EUA daquela era (“The Weather Underground”, 2000, exibido no É Tudo Verdade e disponível em dvd no Brasil), Siegel compõe com eficiência o contexto social do banimento provisório de Ali. A impossibilidade de um depoimento do próprio é quase compensada pela entrevistas certeiras com familiares, como o irmão Rahman e a ex-mulher Khalilah, e companheiros na Nação do Islã como o controverso Louis Farrakhan.

Mas o que pensa dessa luta toda Muhammad Ali? No prefácio que escreveu para o livro de Bingham e Wallace, Ali reafirma: “Tudo que fiz foi seguindo minha consciência. Eu não estava tentando ser um líder. Eu queria apenas ser livre”.

Já Farrakhan relata um encontro logo após a condecoração por Bush, em que Ali teria dito ser apesar de tudo considerado “still a nigger” (ainda um criolo), usando a insultuosa palavra com “n” rejeitada radicalmente pelos afro-americanos. Este é Muhammad Ali.
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