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05/11/2021
Filme: Modo de Salvar
Por Amir Labaki

A estreia mundial mais certeira da recém-encerrada 45ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo foi o documentário “Filme, O Registro Vivo de Nossa Memória”, uma co-produção hispano-canadense dirigido por Inés Toharia Terán. Tudo que você precisa saber sobre a importância das cinematecas e centros de restauro de filmes encontra-se em suas duas horas, com entrevistas de cineastas, curadores e profissionais especializados dos cinco continentes.

De saída, há que agradecer que o documentário apresente, na exata metade da projeção, a trágica história do abandono recente pelo governo federal da Cinemateca Brasileira como principal contraexemplo da atuação responsável pela defesa do patrimônio audiovisual. “A experiência do Brasil, lutas contra a burocracia, políticas absurdas, ministros que não sabem o que estão fazendo, começou a destruir o que foi construído”, reclama o conservador australiano Ray Edmondson, autor do livro “Filosofia e princípios da arquivística audiovisual” (ABPA/MAM-RJ, 2013, 224 págs).

A argentina Paula Félix-Didier, diretora do Museu do Cinema de Buenos Aires, o secunda: “A Cinemateca Brasileira, em São Paulo, era um modelo incrível para todos nós”. Cumpre torcer para que a urgente reconstrução tenha por marco zero a recente atribuição de sua gestão para a Sociedade de Amigos da Cinemateca, sem novos percalços.

Terán percorre o planeta e mais de oitenta anos de história para apresentar um resumo das ações preservacionistas de filmes e dos desafios técnicos ainda hoje enfrentados em plena era digital. Os marcos institucionais são criteriosamente destacados, tendo entre seus maiores momentos o estabelecimento em 1938 da FIAF (Federação Internacional dos Arquivos Fílmicos) e o surgimento, sob a liderança de Martin Scorsese, da The Film Foundation em 1990.

Na crônica das dificuldades para o desenvolvimento de uma política responsável de preservação do cinema mundial entrecruzam-se episódios de funesto colorido. Os grandes estúdios americanos durante décadas destruíam os próprios filmes -uma exceção: Walt Disney (1901-1966)-, até o advento da televisão como novo mercado de exibição, já nos anos 1950. 

Após a derrocada do chamado bloco soviético em 1989, interrompendo o subsídio ao regime cubano, por onze anos manteve-se desligado o sistema de ar-condicionado da Cinemateca de Cuba. A intermitência da oferta elétrica representa ainda um dos mais cruéis desafios para os arquivos fílmicos do continente africano.

Breves apresentações celebram enormes personalidades que pioneiramente desbravaram o terreno. Um dos fundadores da Cinemateca Francesa, Henri Langlois (1914-1977), salvou da destruição inúmeras obras-primas do período silencioso, como “Nosferatu” (1922) e “Fausto” (1922) de F. W. Murnau (1888-1931). A crítica alemã Lotte H. Eisner (1896-1983), autora do clássico “A Tela Demoníaca” (Paz & Terra, 1985, 286 págs. esgotado), coletou obsessivamente todo tido de material referente à história do cinema alemão dos anos 1920, mesmo depois de refugiar-se na França da perseguição nazista.

Também a Índia teve seu Langlois em P.K. Nair (1933-2016), fundador do Arquivo Nacional de Cinema da Índia em 1964 e recordado por um trecho do documentário em sua homenagem dirigido em 2012 por Shivendra Singh Dungarpur, com o título mais que justo de “Celluloid Man” (o homem celuloide). Bem teria merecido igual lembrança nosso Paulo Emílio Sales Gomes (1916-1977), a principal força-motriz do estabelecimento em 1946 da Cinemateca Brasileira.

“Filme” frisa como a própria história do cinema segue sendo constantemente reescrita a partir das pesquisas e colaborações na rede internacional de cinematecas e centros de restauro. Apenas na última década, por exemplo, começou-se a atribuir o devido posto entre os pioneiros do filme ao tunisiano Albert Samama Chikly (1872-1934), que já em 1897 organizou a primeira exibição do cinematográfo Lumière em Túnis.

Muito antes de “O Cantor de Jazz” (1927), considerado o primeiro filme sonoro, Thomas Edison (1847-1931) já casara som e imagens com seu kinetophone em 1912. Um dos mais impactantes clássicos do cinema mundo, “Metropólis” (1927) de Fritz Lang (1890-1976), só voltou a ser visto da maneira integral a partir do restauro em 2008, permitido pela descoberta no Museu do Cinema de Buenos Aires de cenas consideradas perdidas.

O caro e trabalhoso restauro digital de filmes é didaticamente explicado, oferecendo anedotas saborosas sobre os processos recentes com os filmes do indiano Satyajit Ray (1921-1992), “Crepúsculo dos Deuses” (1950) de Billy Wilder (1906-2002) e “Memórias do Subdesenvolvimento” (1968), de Tomás Gutiérrez Alea (1928-1996). Do ponto de vista preservacionista, porém, não há ainda como se fiar no suporte digital, alerta um dos mestres maiores da direção fotográfica, Vittorio Storaro.

E, como sintetiza ninguém menos que Jonas Mekas (1922-2019), “se você ama algo, deve fazer tudo para preservá-lo”. Que o escutem por aqui.

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