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28/05/2021
Revisitando Mike Nichols
Por Amir Labaki

É hora de balanço da obra cinematográfica e teatral de Mike Nichols (1931-2014), o diretor de clássicos como “Quem Tem Medo de Virginia Woolf?” (1966), “A Primeira Noite de Um Homem” (1967) e “Silkwood, Retrato de Uma Coragem” (1983) e um dos raros artistas a ter recebido os quatro principais prêmios da indústria americana: Emmy (TV), Grammy (indústria fonográfica), Oscar (filme) e Tony (teatro).

O documentário veio primeiro, com o cativante “Retrato de Mike Nichols” (2016), de Douglas McGrath, disponível pela HBO, e o episódio da telessérie American Masters da PBS dirigido pela principal parceira de Nichols, a atriz, diretora e roteirista Elaine May,  Em 2019, Ash Carter e Sam Kashner editaram nos EUA um delicioso volume de história oral, “Life Isn‘t Everything: Mike Nichols, As Remembered by 150 of His Closest Friends” (Henry Holt and Co., 368 págs, US$ 30), a vida não é tudo: Mike Nichols, como lembrado por 150 de seus melhores amigos, ainda inédito por aqui. Há três meses aportou nas livrarias americanas “Mike Nichols: A Biography” (Penguin, 688 págs, US$ 35), de Mark Harris. A biografia, felizmente não a hagiografia.

Na pesquisa para “Cenas de Uma Revolução: O Nascimento da Nova Hollywood” (L&PM, 470 págs, 2011, R$ 72), sobre cinco filmes que relançaram o cinema americano no final dos anos 1960, entre o fim do sistema de estúdios e a atual Hollywood das grandes corporações, Mark Harris entrevistara Nichols para reconstituir a produção de seu segundo grande filme, “A Primeira Noite de Um Homem”. No preparo da biografia, já estavam longe de ser estranhos: em 2003, Nichols adaptou como minissérie para a HBO nada menos que “Anjos na América”, o clássico contemporâneo da Broadway escrito por Tony Kushner, marido de Harris.

O contato pessoal pouco ajudaria não dominasse Harris a história da indústria americana de entretenimento do século 20. Seus dois livros anteriores o comprovam, com a análise da dinâmica cultural dos EUA no fim da década de 1960 em “Cenas de Uma Revolução” e o grande quadro americano durante a Segunda Guerra essencial para o triunfo de “Cinco Voltaram” (Objetiva, 2016, 592 págs, R$ 79,90), sobre o engajamento no front publicitário oficial durante o conflito de cinco dos maiores cineastas da época (Frank Capra, John Ford, John Huston, George Stevens, William Wyler) -adaptado este para uma hipnótica série disponível na Netflix.

Para dar conta das mais de seis décadas da atividade artística quase frenética de Nichols, nos palcos como nas telas, Harris radiografa a cultura dos EUA das amadoras apresentações de comédias de stand-up nas décadas de 1950 e 1960 até o novo cenário audiovisual da Hollywood tomada por “franchises” e high-tech. Dado o essencial vínculo teatral de Nichols, primeiro como ator e em seguida como um dos mais premiados diretores do último meio século, não poderia faltar um panorama da Broadway visceral de seus anos de formação, na era de encenadores como Elia Kazan e autores como Arthur Miller e Tennessee Williams, assim como de suas transformações vinculadas a um modelo de produção marcadamente capital-intensivo.

Neste contexto mutante, Mike Nichols foi um prodígio de constante auto-reinvenção. Nascido Igor Mikhail Peschkowsky numa família judaica de Berlin, cruzou o Atlântico aos sete anos com o irmão mais novo num dos últimos navios a escapar da perseguição nazista, juntando-se ao pai médico em Nova York (a mãe logo os alcançaria). Ao mudar-se em 1950 para estudar em Chicago, conheceu uma atriz iniciante que se tornaria sua parceria de toda a vida: Elaine May.

Estabelecido oficialmente desde 1958, durante três anos o duo cômico “Nichols and May” fez história no palco, TV e gravações. A ruptura profissional o catapultou para uma meteórica carreira como diretor teatral, enfileirando sucessos na Broadway, destacadamente a partir da colaboração com o dramaturgo Neil Simon em “Descalços no Parque” e “Um Estranho No Casal”.

O chamado de Hollywood não demorou, ainda que assumidamente sem ter ele qualquer familiaridade com cinema. Sintonia fina com os intérpretes e rara compreensão de dramaturgia firmaram-lhe uma carreira de rara solidez – mais fama e fortuna para além do que desde cedo sonhou. Ok, ele trupicou em “O Dia do Golfinho” (1973) e “Lobo” (1994), mas virou o século, sempre na ponte-aérea NY-LA, rodando os subestimados “Closer” (2004) e “Jogos do Poder” (2007) e ganhando mais dois Tonys pela direção tanto da comédia musical montypythiana “Spamalot” (2005) quanto pelo “revival” de “A Morte do Caixeiro Viajante” (2012).

Mark Harris disseca sem complacência tantos os muitos triunfos quantos os pontuais fracassos, assim como os fantasmas pessoais: a alopecia que o obrigou a usar peruca desde os quatro anos, o vício em cocaína por décadas, a dissipação nem sempre responsável. O livro não deixa dúvida: por mais impressionante que permaneça a obra, a maior criação de Mike Nichols foi Mike Nichols.

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