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01/04/2021
As Artes de Guerra e Marker

Por Amir Labaki


Duas efemérides redondas pautam dois dos ciclos especiais da 26ª edição do É Tudo Verdade, que será aberto na próxima quinta (8) pelo vencedor da disputa internacional de documentários do Sundance 2021, “Fuga” (Flee), um comovente “animadoc” dirigido pelo dinamarquês Jonas Poher Rasmussen. Pelo segundo ano consecutivo, devido à emergência sanitária provocada pela pandemia do Covid-19, o festival acontecerá em plataformas digitais, com acesso nacional gratuito. Um guia do programa diário em streaming se encontra no site www.etudoverdade.com.br.


Uma mostra especial e toda a 18ª Conferência Internacional do Documentário (7-8/4) celebram o centenário de nascimento do cineasta francês Chris Marker (1921-2012), a ser completado em 29 de julho próximo. A pouco menos de uma década após sua morte, já soa absurdo classificá-lo, como foi moda, como “o mais desconhecido dos grandes mestres do cinema”. Devia-se a fama, primeiro, ao veto a ser fotografado e à obsessão pela privacidade. Segundo, à radical independência de sua obra audiovisual, múltipla e dispersa, formalmente inclassificável e mutante como tecnicamente variada em formatos.


Em terceiro lugar, Marker foi uma banda de um só homem, em vários sentidos. Por um lado, é impossível aprisioná-lo em escolas e grupos -fílmicos, estéticos e políticos. Por outro, ele filmava, editava, escrevia o comentário e por vezes produzia a trilha musical, de suas produções como a de colegas de ofício. Um só homem, mas não um homem só, registre-se a generosidade com que participava de produções coletivas e das obras de cineastas de várias gerações, como Alain Resnais e Patrício Guzmán, para ficar em apenas dois exemplos.


A larga amplitude de sua influência é facilmente demonstrada ao lembrar como “Os Doze Macacos” (1995) de Terry Gilliam nasceu de seu curta-metragem de “La Jetée” (1962, disponível on-line), um cine-foto-romance de ficção científica, e como “O Intenso Agora” (2018) de João Moreira Salles ecoa “O Fundo do Ar É Vermelho” (1977, em dvd da Versátil), sobre a ressaca de Maio de 1968 mundo afora.


O desenvolvimento do filme-ensaio talvez seja sua herança mais indiscutível. A lapidação de seu estilo pode ser constatada em dois de seus filmes na mostra do É Tudo Verdade: “Carta da Sibéria” (1958), seu primeiro longa-metragem, e “Sem Sol” (1983), seu último grande ensaio de viagem. O terceiro título dele no ciclo, “A Solidão da Cantor” (1974), visa dividir a homenagem com outro centenário, o de seu amigo Yves Montand (1921-1991), retratado no filme durante os bastidores de uma performance no Olympia, de Paris, em favor dos refugiados chilenos da cruel ditadura de Pinochet.


A mostra inclui dois documentários que lhe iluminam a trajetória. “Paris 1900” (1947), é um pioneiro longa-metragem francês de arquivo dirigido por Nicole Védrès (1911-1965), a quem, escreveu Marker, “devo tudo” -no sentido, de inspiração cinematográfica inicial. Já “Chris Marker -Nunca Se Explique, Nunca Se Desculpe” (2016), de Jean-Marie Barbie e Arnaud Lambert, reconstitui-lhe o percurso ímpar, dos documentários curtos sobre cultura aos jogos com avatares já na era digital.


Outra homenagem antecipa em alguns meses o festejo dos 90 anos de Ruy Guerra, moçambicano de nascimento, brasileiro, segundo ele próprio, “por vício”. Cineasta maior (Os Cafajestes; Os Fuzis; Erêndira; Estorvo), dramaturgo e compositor de mão cheia, como documentarista Ruy apresenta infelizmente uma obra escassa e pontual, desenvolvida sobretudo ao retornar a seu país natal, em fins dos anos 1970, para fundar as bases da produção cinematográfica numa Moçambique finalmente independente.


O festival apresenta duas produções deste período, marcados tanto pela inquietude estética de seu diretor quanto pelos desafios épicos daquela hora. “Mueda: Memória e Massacre” (1980) amalgama ficção e documentário para reconstituir um massacre perpetrado pela então administração colonial portuguesa que catalisou o braço final da luta armada pela libertação moçambicana. Por sua vez, a série “Os Comprometidos -Actas de Um Processo de Descolonização” (1984), do qual será exibido o quinto episódio, acompanha um processo, conduzido pelo presidente Samora Machel (1933-1986), de antigos colaboradores do regime colonial.


Uma bela introdução ao talento múltiplo e inconformista de Ruy pode ser conferida com a exibição do documentário “O Homem Que Matou John Wayne” (2017), de Bruno Laet e Diogo Oliveira. Nada melhor, porém, do que ir diretamente à fonte. No dia 13, o mesmo Diogo e o pesquisador Adilson Medeiros entrevistam Ruy Guerra, já vacinado e com nova filmagem aguardando-o tão logo amaine a pandemia. É para nos dar coragem, quando a noite vem.



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