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07/08/2020
A Transfobia nas Telas
Por Amir Labaki

É difícil assistir na Netflix a “Revelação” (Disclosure), o documentário de Sam Feder sobre a vida trans nas telas, sem sentir remorso. É nada menos que avassaladora a representação preconceituosa e deletéria das pessoas transexuais pelos filmes, seriados e séries que nos acostumamos a ver a partir sobretudo de produções egressas de Hollywood.
 
“Não vamos pretender que a representação trans é nova”, vai ao ponto Feder, ele mesmo um cineasta trans, numa entrevista ao site Decider. “Não vamos nos bater nas costas por darmos de repente às pessoas trans um momento quando, desde o começo do cinema, ela foi distorcida e violenta”.

“Revelação” o prova recuperando mais de um século de filmes e meio século de programas televisivos. Segue assim a trilha aberta na discussão da representação de gays e lésbicas pelo cinema do já clássico “The Celluloid Closet” (O Outro Lado de Hollywood, 1995), de Rob Epstein e Jeffrey Friedman, um dos modelos reconhecidos por Feder, e, no caso brasileiro que deveria conhecer, da preconceituosa representação por nosso cinema e TV da comunidade negra inventariada por Joel Zito Araújo em “A Negação do Brasil” (2000), vencedor da competição nacional do É Tudo Verdade daquele ano.

Feder resgata um personagem secundário trans na aurora do cinema americano, em “Judith of Bethulia” (1914) realizado por ninguém menos que o pioneiro D. W. Griffith (1875-1948), o mesmo do infame racismo de “O Nascimento de Uma Nação” (1915). Não é preciso ser historiador do cinema ou da TV para acompanhar seu levantamento, que passa por seriados populares como “I Love Lucy” e “Os Três Patetas”, filmes clássicos como “Psicose” (1960), de Alfred Hitchcock, e “O Sol É Para Todos” (1962), de Robert Mulligan, e sucessos recentes como “Vestida Para Matar” (1980), de Brian De Palma, “O Silêncio dos Inocentes” (1991), de Jonathan Demme, e “A Garota Dinamarquesa” (2015), de Tom Hooper, para não falar da breve citação a “O Beijo da Mulher Aranha” (1985), de Hector Babenco.

O documentário desvela como a representação das pessoas trans estabeleceu-se nas telas primeiro como um clichê cômico, ainda na era muda, complementado na sequência por outras caricaturas, sobretudo a do/da trans serial killer e do/da trans no mercado de sexo. Para destrinchar este nó Feder conta com o auxílio de um forte elenco de depoentes, centrado na também coprodutora Laverne Cox, catapultada ao estrelato como a cabeleira da série “Orange Is The New Black” (Netflix, 2013-2019), ao lado da atriz e roteirista Jen Richards (Mrs. Fletcher), da historiadora Susan Stryker, da cineasta Lilly Wachowski (Matrix) e do documentarista Yance Ford (Strong Island), entre outros.

Nem todos os exemplos são negativos como o vômito do personagem de Stephen Rea ao descobrir ser trans a cabeleira interpretada por Jaye Davidson em “Traídos Pelo Desejo” (1992), de Neil Jordan. Há a lembrança positiva comum de um Pernalonga trans como uma Brunilda wagneriana num de seus desenhos e de atrizes trans não assim identificadas em filmes do cineasta independente Paul Morrisey (Flesh, 1968).

Destacam-se ainda reações conflitantes diante de marcos contemporâneos, como o documentário “Paris Is Burning” (1990), de Jennie Livingston, com seu olhar generoso sobre o mundo trans negro da Nova York dos anos 1980, e o premiado “Meninos Não Choram” (1999), de Kimberly Pierce, que valeu a Hilary Swank seu primeiro Oscar como o rapaz trans Brandon Teena (1972-1993) violentamente assassinado. A escolha de uma atriz cis gênero para o papel é uma das questões problematizadas, assim como a de atores cis para papéis de mulheres trans, como o que também valeu um Oscar de coadjuvante a Jared Leto em “Clube de Compras em Dallas” (2013), de Jean-Marc Vallée.

Os maiores progressos datam mesmo da última década, sobretudo a partir do universo de séries, ficcionais ou documentais. “Pela primeira vez pessoas trans estão assumindo papéis centrais ao contar suas próprias histórias”, louva Jen Richards. Entre as séries não-ficcionais, reacessam a questão da visibilidade e da auto-narrativa trans produções como “Becoming Chaz” (2011), protagonizada por Chaz Bono, e “I’m Cait” (2015), a partir da redesignação sexual de Caitlyn Jenner. Nas séries ficcionais, o arco foi expandido por “Transparent” (Amazon, 2014-2019), apesar de um protagonista cis, Jeffrey Tambor, e sobretudo pelo recente “Pose” (2018, FX), que colocou no centro do entrecho o universo das mulheres trans afro-americanas da Nova York do fim dos anos 1980.

“Revelação” registra que 80% dos americanos afirmam jamais ter conhecido uma pessoa trans e que o desemprego é três vezes maior para os profissionais trans. Sam Feder fez a parte dele priorizando a contratação de homens e mulheres trans para a equipe de seu marcante documentário. Mas, como bem argumenta Yance Ford, uma melhor representação trans nas telas é apenas um meio para um fim: o combate mais efetivo da transfobia -em ruas e lares.

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