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01/11/2019
Bannon Bem de Perto
Por Amir Labaki

Mais de um ano depois de sua pré-estreia mundial no Festival de Veneza do ano passado, “American Dharma”, de Errol Morris, só agora estreia nos cinemas dos EUA, sem data de lançamento por aqui. Algum dia talvez conheçamos os bastidores das dificuldades vencidas por Morris, um dos mais renomados documentaristas em atividade, para emplacar nas salas seu retrato de Steve Bannon, o cineasta tornado estrategista da extrema-direita que ajudou a eleger Donald Trump à Presidência em 2016.

A demora no lançamento foi tamanho que chegou às telas americanas, e via É Tudo Verdade 2019 também às brasileiras, um documentário posterior sobre Bannon, “The Brink” (A Beira), realizado por Alison Klayman. Complementares como documentos e muito distintos na forma, ambos devem ser vistos. Abordam também períodos consecutivos, com Morris apresentando Bannon da formação à breve passagem como assessor de Trump na Casa Branca e Klayman acompanhando-o na tentativa de organização de seu projeto de uma International reacionária, batizada O Movimento.

Seria para dar pessoalmente a benção em solo brasileiro à adesão a O Movimento da liderança bolsonarista que Bannon viria ao país nesta semana. A crise entre o governo Bolsonaro e o PSL adiou-lhe à vinda, somando-se a derrotas recentes de seus aliados em países como Hungria, Israel e Itália.

A eleição de Bolsonaro no ano passado merece, aliás, apenas uma menção de passagem nos minutos finais de “The Brink”, contextualizada como parte do processo de avanço planetário da extrema-direita que tem o voto pelo Brexit e o triunfo de Trump como maiores marcos. O extraordinário feito de Klayman, coprodutora, diretora e diretora de fotografia de seu filme, é acompanhar os bastidores da perambulação de Bannon nesta busca de novos associados a O Movimento.

Trechos de discursos públicos e flagrantes de conversas privadas apresentam de forma sintética seu ideário retrógado e autoritário, mas é preciso assistir a “American Dharma” para uma compreensão plena. Em resumo, em prol da conquista do poder pelas forças ultranacionalistas de extrema-direita, Bannon prega uma guerra aos alicerces da democracia representativa contemporânea e à ordem internacional estabelecida após a Segunda Guerra Mundial.

Partidos políticos, sistemas representativos, baluartes do Estado de bem-estar social, organizações plurinacionais como a NATO e a imprensa são alguns dos alvos prioritários a metralhar. A estratégia é a de destruição institucional sem piedade, visando a construir a partir das cinzas governos autocráticos, adeptos de um “laisser-faire” capitalista a dar engulhos mesmo em Adam Smith e Milton Friedman e alicerçados numa militância radical, nas ruas e sobretudo on-line, essencialmente de socialmente precarizados e cultural e politicamente ressentidos.

Tudo em Bannon é um Fla-Flu: homem comum versus elite, patriotismo versus globalização, mercado versus Estado, civilização judaico-cristã versus o resto do mundo. Soa familiar?

“American Dharma” forma, na filmografia de Morris, uma trilogia de retratos de polêmicas lideranças conservadoras dos EUA dos pós-guerra. O primeiro filme, que lhe valeu o Oscar, foi “Sob a Névoa da Guerra” (2003), protagonizado pelo ex-secretário de Estado (1961-1968) Robert McNamara (1916-2009). O foco transferiu-se em “The Unknown Known” (2013) para o também ex-secretário de Estado Donald Rumsfeld, que serviu no posto entre 1975 e 1977, durante o governo de Gerald Ford (1913-2006), e de 2001 a 2006, sob o presidente George W. Bush.

A guerra do Vietnã é a ferida acesa no coração do debate com McNamara e as invasões do Iraque e do Afeganistão estão ao centro das discussões com Rumsfeld. No caso de Bannon, a guerra é interna, logo nada menos militarista é o pano de fundo de “American Dharma”. Tanto é assim que o próprio cenário principal reproduz um hangar aeronáutico militar reproduzido de um dos filmes que lhe fizeram a cabeça, “Almas em Chamas” (1949), estrelado por Gregory Peck.

A começar da cenografia para a entrevista, Bannon surpreendentemente parece controlar o jogo, ao contrário do que ocorrera antes com o arrependido McNamara e o irônico Rumsfeld. Morris raramente o pressiona, como que delegando a tarefa de contradita-lo para os materiais complementares de arquivo.

Reconstitui-lhe sim a trajetória, do mercado financeiro à periferia de Hollywood e ao centro da mídia on-line da alt-right (Breitbart) até o engajamento com Trump no final da campanha. Dá voz a seu ideário, que Bannon defende como seu “dharma”, “uma combinação de dever, fatalidade e destino”, mas o confronta timidamente mesmo quando sai de abstrações e trata de episódios concretos de racismo como nas manifestações de 2017 em Charlottesville, no Estado da Virgínia.

Ainda assim, se Bannon parece ter batido Morris nos cinco dias de gravações, soa isso como uma vitória de Pirro. Pois ei-lo, num cenário -mas sem máscaras. É como um “spin-off” do Trump Show.

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