Nosso filme da semana é “Bando, Um
Filme”, uma coprodução de nosso canal dirigida por Lázaro Ramos e Thiago Gomes.
Ator, diretor e escritor, em teatro,
cinema e TV, Lázaro Ramos dispensa apresentações. Em filmes como “Madame Satã”,
peças como “O Topo da Montanha”, seu livro “Na Minha Pele”, e seu programa
“Espelho” neste canal, o elo essencial é a questão da identidade negra,
particularmente a afro-brasileira.
Em sua estreia na direção de
longas-metragens, ao lado de Thiago Gomes, Lázaro mergulha numa extraordinária
experiência teatral na Bahia que deu-lhe régua e compasso para tudo que se
seguiu. Trata-se do Bando de Teatro Olodum, há quase três décadas ativo em
Salvador.
Seu nome já é quase uma bandeira.
Olodum remete ao anterior bloco afro que do Pelourinho ganhou o mundo a partir
de 1979. Teatro é a forma profissional de expressão que os reuniu, no começo
dos anos 1990, sob a direção dos já experientes Márcio Meirelles e Chica
Carelli. Bando expressa já duplo significado, tanto de protesto como de
saudável ironia.
O Bando surge nos anos 1990 dentro de
um contexto cultural marcado por grupos teatrais dedicados a tratar da
baianidade. Seu foco se torna logo específico: abordar a cultura afro-baiana e
as questões raciais no país. Não à toa membros do grupo, todo de negros, frisam
o Bando como um teatro de identidade –e de militância.
Numa estrutura coesa e cronológica,
depoimentos e materiais de arquivo reconstituem-lhe a trajetória. Memórias e
reflexões alternam-se nas entrevistas com Márcio e Chica, com o coreógrafo
Zebrinha, e com atores e atrizes como Valdinéia Soriano, Rejane Maia e Leno
Sacramento. Um raro e autêntico tesouro se encontra nos regulares registros
audiovisuais dos ensaios e trabalhos do grupo, desde a estreia em 1991 com
“Essa É Nossa Praia”. Um de seus marcos, “Ó, Pai Ó”, tornou-se mais conhecido
ao virar filme, em 2007, sob direção de Monique Gardenberg, inspirando em
seguida uma série na Globo.
Ao lado do já clássico “A Negação do
Brasil”, de Joel Zito Araújo, “Bando, Um Filme” insere-se entre os
documentários essenciais que retraçam a batalha pela afirmação da cultura
afro-brasileira contra a herança cruel da escravidão e seu renitente legado de
injustiça e preconceito. Nada mais, nada menos do que o merecido por um
legítimo patrimônio do teatro brasileiro.
Todas as quartas-feiras às 20h, com reapresentação às 18h20 das quintas-feiras, às 16h20 das sextas-feiras e às 11h25 dos domingos.
Sky – canal 55
Claro TV – canal 67
Net - canal 150
Vivo TV – canal 79 (cabo) canal 566 (DTH)
Oi TV – canal 66
GVT – canal 103
Curadoria, Apresentação e Direção Geral: Amir Labaki
Produção Executiva: Mônica Guimarães
Assistentes de produção: Ana Paula Almeida e Tetê Andriolli
Fotografia: Erick Mammoccio
Técnico de Som: Leandro Alves
Edição: Beatriz Domingos
Direção: Kiko Mollica
Gravado no Reserva Cultural
Realização: É Tudo Verdade e Canal Brasil