Nosso filme da semana é “Mussum, Um Filme
do Cacildis”, de Susanna Lira, uma co-produção de nosso canal.
Seu nome era Antônio Carlos Bernardo
Gomes. No início de seu carreira musical na década de 60, nos Originais do
Samba, o chamavam de Carlinhos do Reco-Reco. Ao virar comediante, na TV e logo
nos palcos e nas telas, ganhou de ninguém menos que Grande Otelo o apelido que
o popularizou: Mussum, a partir de um peixe preto de água doce.
Nos Trapalhões, ele formou ao lado de
Renato Aragão, Dedé Santana e Mauro Gonçalves, o Zacharias, o quarteto cômico
de maior sucesso da segunda metade do século vinte no país. Explodiram em 1975
na Rede Tupi e dois anos depois iniciavam seu reinado na Rede Globo. No cinema,
entre 1978 e 1990, estrelaram nada menos que 21 comédias, 17 das quais ainda
hoje entre os 50 maiores sucessos nacionais de bilheteria.
Narrado por Lázaro Ramos, um texto
biográfico estilisticamente inspirado no do curta clássico “Ilha das Flores” de
Jorge Furtado costura a sucessão de entrevistas e de rico material de arquivo.
Nascido na zona norte do Rio, filho de uma empregada doméstica e de pai ausente,
Antônio Carlos formou-se mecânico e serviu na Força Aérea por oito anos até
profissionalizar-se como sambista.
Cantando, compondo e tocando reco-reco,
formou nos Originais do Samba um dos grupos mais populares do país dos anos
1960 e 1970. Para dar uma idéia do prestígio, tiveram como parceiros em palcos
e discos estrelas como Elis Regina, Jair Rodrigues e Baden Powell.
Com seu humor espontâneo e debochado,
não surpreende que em meados dos anos 1960 tenha sido convidado a participar na
ascendente televisão dos programas de humor ao lado da dupla Renato Aragão e
Dedé Santana. O sucesso avassalador não demoraria, contudo, a fazê-lo trocar
definitivamente a música pelo humor.
Renato e Dedé estão naturalmente entre
os entrevistados, assim como os filhos de um pai amoroso e dedicado. O cineasta
e pesquisador Joel Zito Araújo o contextualiza como ninguém. Frisa sua
seriedade e sua inteligência, criador de uma língua toda própria, quase um
dialeto, trocando as letras finais das palavras por hilários “is”. E, quanto as
situações cômicas racistas quase sempre coladas ao personagem, lembra: “O
problema está no que a televisão faz da imagem do negro”.
Todas as quartas-feiras às 20h, com reapresentação às 18h45 das
quintas-feiras, às 15h55 das sextas-feiras, às 11h15 dos domingos e às
18h30 das segundas-feiras.
Sky – canal 55
Claro TV – canal 67
Net - canal 150
Vivo TV – canal 79 (cabo) canal 566 (DTH)
Oi TV – canal 66
GVT – canal 103
Curadoria, Apresentação e Direção Geral: Amir Labaki
Produção Executiva: Mônica Guimarães
Assistentes de produção: Ana Paula Almeida e Tetê Andriolli

Fotografia: Erick Mammoccio
Técnico de Som: Leandro Alves
Edição: Beatriz Domingos
Direção: Kiko Mollica
Gravado no Reserva Cultural
Realização: É Tudo Verdade e Canal Brasil