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12/07/2019
O Dia em Que Morreu João Gilberto
Por Amir Labaki

Não poderia ser mais vintage. Foi por um flash jornalístico de rádio, no alto-falante de um supermercado paulistano, que recebi no último sábado a notícia da morte de João Gilberto (1931-2019). Morria o pai da Bossa Nova, a referência mais importante da música popular brasileira que o sucedeu –e o último dos cantores de rádio.

Sim, pois João debutou na Rádio Sociedade da Bahia, na Salvador do fim dos anos 1940, e foi na Rádio Tupi, já no Rio, a partir de 1950, que a carreira dele começou a engrenar, integrando o conjunto vocal Garotos da Lua. Assim, um círculo de certa forma se fechava.

Há uma sólida bibliografia sobre João, a começar pelos livros de Ruy Castro e Zuza Homem de Mello e pela antologia organizada em 2012 por Walter Garcia para a Cosac Naify (esgotada), mas ainda nos falta um grande documentário biográfico. Desafiando aos cineastas, há a garimpar estupendos registros de show, profissionais ou amadores, como comprova uma simples visita ao YouTube, com gravações na íntegra, mundo afora, de 1978 a 2008. Sua ex-mulher, Cláudia Faissol, durante anos anunciou trabalhar num projeto com filmagens inéditas, mas por enquanto nada se concretizou.

A truncada presença de João na produção audiovisual contemporânea pode ser creditada tanto a seu radical recolhimento quanto às dificuldades variáveis de acesso profissional a seus registros de arquivo. Paradoxalmente, sua invisibilidade por opção, em seu Rio adotivo, inspirou um dos mais tocantes documentários sobre seu universo.

Comentado nesta coluna quando de seu lançamento no ano passado, “Onde Está Você, João Gilberto?”, do cineasta franco-suiço George Gachot, é um thriller documental amoroso, adaptado do livro póstumo "Ho-ba-la-lá - À Procura de João Gilberto" (Companhia das Letras, 2011), do jornalista alemão Marc Fischer (1970-2011).

O MacGuffin era fazer o milagre de contatar e convencer João Gilberto para uma performance exclusiva da canção que, gravada por ele em seu LP de estreia em 1959, empresta o título ao livro. Milagres andam em falta mas Gachon extraiu de sua procura fracassada outro achado.

Lembro ainda que, sem conhecer os bastidores, era preciso não piscar, sob o risco de perder a brevíssima aparição de João, ao assistir a “A Música Segundo Tom Jobim” (2011), de Nélson Pereira dos Santos (1928-2018) e Dora Jobim, talvez a grande ode cinematográfica a um de seus parceiros essenciais. João surge ao violão fugazmente no canto do quadro, acompanhando Elizete Cardoso (1920-1990) entoar “Eu Não Existo Sem Você”, num número musical da comédia “Pista de Grama” (1958), de Haroldo Costa.

Mas 2019 celebra dois retornos dele à tela grande. Primeiro, estreou em março nas salas japonesas “João Gilberto in Tokyo”, com o registro audiovisual do primeiro show dele, em setembro de 2003, num dos países que mais o idolatram (tanto que o álbum, o sexto ao vivo de sua discografia, saiu já no ano seguinte).

Por sua vez, “O Barato de Iacanga”, de Thiago Mattar, lançado como programa especial do É Tudo Verdade deste ano e ainda inédito comercialmente, reconstitui a partir de extraordinário material de arquivo a história dos festivais de música que, na virada dos anos 1970 para os 80, transformaram em Woodstock brasileira a cidade paulista de Águas Claras. Uma das preciosidades são trechos da apresentação histórica de João na edição de 1983, para a qual foi, acredite, guiando o próprio carro.

Nenhuma surpresa, porém: ele já aparecera atrás do volante numa das cenas finais do documentário curto experimental “Brasil” (1981), realizado por Rogério Sganzerla a partir de imagens de bastidores (sem som sincrônico) da gravação do álbum homônimo de João, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Maria Bethânia. Ao lado de Caetano e Gil, além de Dorival Caymmi e muitos outros talentos baianos, João tem ainda presença marcante no documentário musical “Bahia de Todos os Sambas”, filmado em fins de agosto de 1983 (mas apenas lançado em 1996) por Leon Hirszman e Paulo Cézar Saraceni durante nove dias de shows nas Termas de Caracalla, em Roma.

Para quem não teve o prazer transcendental de assisti-lo ao vivo, como o fiz em 2003 numa de suas últimas apresentações em São Paulo, o intimismo minimalista de sua música resiste bem à mediação da câmera nas gravações especiais para televisão que protagonizou. Destacam-se duas produzidas pela Rede Globo, a primeira em 1980, com participações encantadoras de Rita Lee e da então adolescente Bebel Gilberto, reprisada no último domingo pela Globonews, e em 1992, ao lado de ninguém menos que Tom Jobim, em “João & Antônio”, dirigido por Walter Salles. Tudo acima somado, acervo para arregaçar as mangas é o que não falta.

O dia em que morreu João Gilberto ceifou-lhe a presença física. O sol caiu no mar, mas a delicadeza de sua voz e violão permanecerá, nas telas e longe delas, suavizando os pedágios do tempo. Bim bom.
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