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05/07/2019
O Futuro do Cinema
Por Amir Labaki

Diante da previsão de que neste ano a arrecadação das empresas de streaming superará a dos estúdios em salas de cinema nos EUA, quando gigantes como a Disney apenas se preparam para entrar no mercado on-line, nada mais natural que o The New York Times tenha pautado o repórter Kyle Buchanan para uma série de entrevistas sobre o futuro dos filmes. Entre 20 e 24 de junho, o diário nova-iorquino publicou reflexões de uma dezena de profissionais, editadas ainda num balanço, traduzido aqui pelo Caderno 2 de O Estado de S. Paulo.

Lendo a íntegra dos depoimentos, três questões despontam: a concorrência entre o lançamento em salas tradicionais e em serviços de streaming; a ampliação da diversidade; e as barreiras econômicas para maior inclusão. O produtor Jason Blum (Whiplash; Corra!) foi categórico: “Esta é a maior mudança no negócio de conteúdo na história de Hollywood. É maior que a chegada da cor. Acho que é tão grande quanto o advento da televisão”.

Seu colega Jordan Horowitz (La La Land) também soou as trombetas: “Não me sinto particularmente otimista sobre a experiência tradicional do cinema, especialmente para os filmes independentes”.
O diretor Barry Jenkins (Moonlight) concorda: “O que a Netflix está fazendo é infernalmente radical. (...) Como muito da cultura de hoje, as coisas passaram do consumo em multidão para o consumo em isolamento”.

Contra a corrente, posiciona-se ninguém menos que o diretor e produtor J.J. Abrams (Star Trek; Star Wars: O Despertar da Força): “As pessoas têm uma necessidade intrínseca de viver experiências reais e se reunir. Como um otimista sobre a ida ao cinema, não acredito que vá desaparecer”. Abrams insere na equação a maior diversidade de líderes da indústria audiovisual: “Incrementar a base de talentos com a inclusão de mais pessoas de cor e de origens diversas é também bom para os negócios”.

A atriz e produtora afro-americana Octavia Spencer (A Forma da Água) bate na mesma tecla: “Acho, de maneira geral, que têm sido oferecidos papéis importantes para mulheres de cor e, sendo este um público carente, isso levará pessoas para as bilheterias”.

Mais cética é a diretora e produtora afro-americana Ava DuVernay (Selma): “Você pode querer assistir um filme em 35 mm num cinema com ar condicionado na sua região predileta da cidade, mas esta não é a realidade de como a maior parte das pessoas assistem filmes, e isto não é mais sustentável”.

Contra-argumenta quanto a este ponto o ator e roteirista de origem paquistanesa Kumail Nanjiani (Doentes de Amor): “Isso é muito cínico, mas acho que o padrão de qualidade para as pessoas que assistem as coisas em casa não é o mesmo. (...) Um filme da Netflix não sofre a mesma pressão que um filme nos cinemas, e isso é bom e mau”.

A investigação do The New York Times me lembrou um exercício de certa forma similar realizado pelo cineasta alemão Wim Wenders no documentário “Quarto 666” (1982, disponível em DVD). Durante o Festival de Cannes daquele ano, o diretor de “O Amigo Americano” (1977) convidou 15 cineastas de diversas nacionalidades a responder para a câmera, num quarto do Hotel Martinez na Croisette, a indagações escritas numa folha de papel que terminavam com a pergunta: “Está o cinema se tornando uma linguagem morta, uma arte já em declínio?”.

Wenders já captava no ar a nova obsessão hollywoodiana por blockbusters: “A tendência vai na direção de superproduções progressivamente mais caras em prejuízo do ‘pequeno’ filme”.
Encerrando aquela edição do festival com “E.T., O Extraterrestre”, Steven Spielberg secundava Wenders: “Os chefões dos estúdios parecem pensar que, se um filme não promete ser no mínimo um sucesso, e de preferência um blockbuster, eles não querem ter nada a ver com ele”.

Rainer Werner Fassbinder (1945-1982) concordava em parte: “Um ramo do cinema está se desenvolvendo num tipo de filme focado em sensações, que tende a ser colossal e bombástico (...) Mas, contra ele, você ainda tem um cinema completamente pessoal ou completamente nacional, o que é muito mais importante que o cinema indistinguível da televisão”.

Antevendo a encruzilhada atual, na era do digital e do streaming, ninguém foi mais visionário do que Michelangelo Antonioni (1912-2007): “Videocassetes de alta qualidade logo vão trazer os filmes para as casas das pessoas; a sala de cinema será menos usada. As estruturais atuais vão desaparecer. Não tão rápida e facilmente como pode parecer, mas vai acontecer e nós nada podemos fazer para evitar isso. Podemos apenas nos acostumar à ideia”.

Felizmente ainda não chegamos lá. Mas, sinto dizer, o “maestro” de “O Mistério de Obervald (1980) –pioneiro na utilização do então chamado cinema eletrônico- costumava ser certeiro em suas apostas.
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