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31/03/2017
Radiografia do Cinema de Fato

Por Amir Labaki


Enquanto a Abraccine prepara para o segundo semestre seu volume de resenhas dos cem maiores documentários brasileiros a partir de seu levantamento entre os críticos da entidade, recupero a oportunidade para indicar um livro lançado no ocaso de 2016, “Cinema de Fato –Anotações Sobre Documentário” (Jaguatirica, 384 págs, R$ 59,90), uma esmerada seleção de textos de Carlos Alberto Mattos sobre a produção não-ficcional contemporânea. São praticamente simultâneas as produções da maioria dos títulos das listas, a partir de 2000, e as reflexões de Mattos, tanto em resenhas específicas como em sobrevoos de maior envergadura.


Carlos Alberto Mattos escreve com o conhecimento do especialista e o rigor do resenhador sempre atento. Vários de seus livros anteriores ajudaram a recuperar a fragmentária história do documentário brasileiro, em volume a partir de depoimentos exclusivos de protagonistas como Eduardo Coutinho, Mário Carneiro, Maurice Capovilla, Jorge Bodanzky e Vladimir Carvalho.


“Cinema de Fato” se origina de escritos igualmente dispersos, mas os estrutura de forma didática e harmônica, extrapolando o campo do documentário brasileiro para incluir ainda artigos sobre marcantes contribuições internacionais (do francês Denis Gheerbrant ao canadense Pierre Perrault, do polonês Krysztof Kieslowski ao italiano Vittorio de Seta, da alemã Leni Riefenstahl ao conterrâneo Wim Wenders).


Mas é o documentário nacional que está ao centro, seu passado quase tanto como seu presente. O livro se divide em sete partes coesas: Conversar com o Mundo, Observar o Mundo, Inventar Mundos, O eu e o mundo, Morte e vida, Diálogos na fronteira e Viagens no tempo. Nesta parte final, se encontram os principais textos de pegada histórica, não raras vezes catalisados pela resenha da rica bibliografia específica sobre documentários publicada no país nas duas últimas décadas (incluindo, transparência é dever, uma de minha antologia “A Verdade de Cada Um”, de 2015).


A maioria dos cem títulos destacados pela votação da Abraccine é de alguma maneira discutida no volume, alguns dos quais merecendo resenhas específicas geradas no calor da hora, como “Santiago”,  “Serras da Desordem”; “O Prisioneiro da Grade de Ferro”; “Elena”; “Moscou” e “O Céu Sobre Ombros”. As análises de Mattos primam pela elegância da escrita, o poder contextualizador do historiador e a argúcia do especialista nas nuances estéticas da não-ficção.


Pode-se discordar de admirações ou restrições de Mattos, mas sempre é proveitoso o embasamento por trás de suas escolhas. É um jogo limpo, com momentos de admirável honestidade como quando, ao discutir  “Moscou” (2009), Mattos reconhece ter, “pela primeira vez em muitos anos”, não ter saído “feliz de um filme de Eduardo Coutinho”. Depois de expor suas restrições, conclui: “tenho dificuldades para entender onde Coutinho quis chegar. Coloco assim, em primeira pessoa, porque talvez seja problema meu, mais que do filme”. Apenas muita experiência e muita segurança libertam um crítico para igual afirmação do peso de sua subjetividade.


Valiosas como são as críticas a obras particulares, é nas leituras transversais do documentário brasileiro contemporâneo que se destaca a contribuição analítica de Mattos. Cinco textos me parecem especialmente elucidadores para o interessado em navegar por nossa recente onda documental.


“Documentário de invenção” frisa como “a desrepressão das subjetividades” tem sido essencial para a renovação do documentário a partir da Retomada. “Som e realidade: o recuo do verbal e a criação de paisagens sonoras no documentário” destaca uma das características formais distintivas de parte mais complexa desta produção.


Vale por todo um seminário o maior texto do volume, “Yes, nós temos filme-ensaio”. Partindo de um resumo das ideias de Timothy Corrigan em “O filme-ensaio: desde Montaigne e depois de Marker” (Papirus, 2015), Mattos desenvolve uma pequena história do subgênero no país, de Alberto Cavalcanti a Carlos Nader, de Glauber Rocha a Carlos Adriano.


Em escala menor, a mesma pegada histórica se encontra em “Documentário e ficção: a era do híbrido”, provocado por “Jogo de Cena” (2007) de Coutinho. Por fim, muito ajudaria a compreender a diversidade do universo de títulos desde 2000 eleito pela Abraccine um novo ensaio que venha a aplicar a “taxonomia contemporânea” de nossa produção proposta em curto e certeiro artigo de Mattos.


Abra um espaço na estante, e na agenda, para “Cinema de Fato”.


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