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coluna semanal no valor econômico
24/03/2016
Person, Persona, Personagem

Por Amir Labaki


Você tem apenas até o próximo dia 3 para visitar a belíssima Ocupação Person no Itaú Cultural em São Paulo. Na próxima semana, de terça a sexta, acontece às 20h a última das leituras teatrais de textos montados por ele no período final de sua carreira: “A Portas Fechadas” (Huis Clos), de Jean-Paul Sartre.


A exposição marca o 80o aniversário de nascimento e o 40o. de morte de Luiz Sérgio Person (1936-76). Um acidente de carro tirou de cena cedo demais um dos artistas mais criativos a surgir na cena paulistana do pós-guerra. Em 2002, tive o privilégio de organizar para o CCBB a primeira retrospectiva completa de sua obra cinematográfica, “Person – Um Cineasta de São Paulo”, lançando simultaneamente uma antologia de suas principais entrevistas, “Person por Person”.


Era o resultado de uma pesquisa iniciada em 1998 com o apoio de uma bolsa da saudosa Fundação Vitae. O plano inicial era escrever uma biografia. Nasceu a mostra, o pequeno livro, e indiretamente um retrato biográfico dirigido por uma de suas filhas, Marina Person. Há ainda outro livro ali –cumpre-me descobri-lo.


Por trás de todo esforço para manter viva a memória de Person está a mesma extraordinária família que organizou a  presente Ocupação no Itaú Cultural: sua viúva, a documentarista Regina Jehá, e suas duas filhas, a cineasta Marina e a atriz Domingas Person. É emocionante ver como as meninas de que se despediu tão jovem dividem simbolicamente a herança artística paterna (e materna): cinema e teatro.


A trajetória de Person é o de ruptura pela arte com a origem numa família da burguesia industrial paulistana. O palco foi sua primeira paixão, planejando ser ator. Como iniciante, dividiu cenas com os jovens Antunes Filho e Flávio Rangel (1934-1988).


Mas o cinema o capturou. 1957 é o ano-chave. Várias pequenas produtoras independentes nasciam em São Paulo à sombra da falência do sonho da Vera Cruz. Naquele ano, Person participou como co-roteirista de dois filmes e ofereceram-lhe a oportunidade de estrear como diretor numa comédia de costumes, baseada numa peça de Eurico Silva. “Um Marido para Três Mulheres” seria um pioneiro veículo em cinema para o talento histriônico de Ronald Golias (1929-2005). Desavenças com a produção impediram Person de terminá-la, sendo o projeto retomado e lançado uma década depois por Renato Grecchi, sob o título “Marido Barra Limpa”.


Person se afastou um dos tempos da atividade, buscou retomar o roteiro burguês familiar mas já estava inoculado. Como fizeram seu amigo e futuro braço-direito Glauco Mirko Laurelli (1930-2013), e os  proto-cinemanovistas Gustavo Dahl (1938-2011) e Paulo César Saraceni (1933-2012), ele seguiu para a Itália visando completar no Centro Experimental de Cinema sua formação. Lá rodou dois curtas, apaixonou-se pelo cinema cívico de Francesco Rosi (Salvatore Giuliano, 1961), e começou a planejar aquele que seria o primeiro filme que chamaria de seu: “São Paulo S/A” (1963).


Com marcados tons autobiográficos, rodado em meio à ressaca do golpe de 1964, “São Paulo S/A” é o grande drama existencialista em cinema sobre a desumanização paulistana ao se tornar capital econômica do país. Em seu filme seguinte, “O Caso dos Irmãos Naves” (1967), Person segurava o demônio pelos chifres, falando de abuso policial e tortura, quando ambas grassavam pelo país.


Desencantado com o insucesso de seus planos de uma carreira hollywoodiana e de uma adaptação de “A Hora dos Ruminantes” de J.J. Veiga, Person buscou capitalizar-se por meio do que imaginava ser apenas o primeiro titulo de uma série de faroeste paródico, “Panca de Valente” (1968). O resultado, fílmico e comercial, decepcionou-o e ele mergulhou numa bem-sucedida carreira como diretor de publicidade.


Quatro anos mais tarde, Person tentou ainda uma vez retomar a carreira cinematográfica, rodando no Rio uma desconcertante comédia erótica pop, “Cassy Jones, O Magnífíco Sedutor”, baseada em “Clara dos Anjos”, de Lima Barreto. Nova frustração, mais uma mudança de planos. Nascia em 1973 o Auditório Augusta, um dos palcos renovadores de São Paulo no auge da ditadura. Três anos depois, numa curva da Rodovia Régis Bittencourt, o destino roubava-nos Person, cheio de planos.


Documentos originais desta corajosa e intensa trajetória iluminam nestes dias o Itaú Cultural. Quando penso em tantas trajetórias precocemente interrompidas no cinema brasileiro, nenhuma me dói mais do que a de Luiz Sérgio Person.


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