Nosso filme da semana é “Betinho – A Esperança Equilibrista”, de Victor Lopes.
Em agudos momentos históricos, algumas personalidades encarnam o melhor da consciência ética de um país. No Brasil do século 20, este papel coube, para ficar em três exemplos, ao jurista Sobral Pinto nas ditadutas de Vargas e de 1964, ao arcebispo Dom Paulo Evaristo Arns durante a repressão política da ditadura militar, e no processo de redemocratização a partir do fim dos anos 1970 ao sociólogo Herbert de Souza, mais conhecido como Betinho.
Betinho foi um sobrevivente. Nascido hemofílico numa época de restritos conhecimentos médicos sobre a doença, superou uma tuberculose também desafiadora na juventude, não tombou como tantos que como ele se engajaram na luta armada contra a ditadura militar e viveu por um período relativamente longo para os infectados no auge da epidemia inicial de HIV.
Ainda nos tempos do exílio, tornou-se um símbolo da luta pela anistia ao ser homenageado por um verso da popularíssima canção “O Bêbado e o Equilibrista”, de João Bosco e Aldyr Blanc. Ao retornar ao país em 1979, o “irmão do Henfil” assumiu de pronto um papel central na luta pela democratização plena e pela justiça social.
Victor Lopes reconstitui sua trajetória a partir de rico arsenal fotográfico, detalhados depoimentos de arquivo de Betinho e de novas entrevistas, com seus familiares e amigos de militância como José Serra e Carlos Afonso. Salta de pronto aos olhos o impacto de sua atuação contra a miséria e a fome e em favor de um tratamento público sem estigmas do portadores de HIV.
Morto aos 61 anos em 1997, Betinho infelizmente não pôde testemunhar a concretização de suas bandeiras, no país desde então mais democrático e menos famélico. Pena. Este Brasil imperfeito, mas sem dúvida melhor, deve muito à serena e incansável militância de Herbert de Souza.
Todas as segundas-feiras às 22h, com reapresentação às 13h30 das quartas-feiras e às 18h dos domingos.
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Curadoria, Apresentação e Direção Geral: Amir Labaki
Produção Executiva: Mônica Guimarães
Assist. de produção: Ana Paula Almeida
Estagiária: Tetê Andriolli
Fotografia: Erick Mammoccio
Assist. de gravação: Leandro Alves
Edição: Mariana Fumo
Direção: Kiko Mollica
Gravado no Espaço Itaú de Cinema ou Gravado no Reserva Cultural
Realização: É Tudo Verdade e Canal Brasil