Nosso filme da semana é “Deixa que Eu Falo”, documentário de arquivo realizado em
2007 por Eduardo Escorel.
Escorel nos apresenta aqui o primeiro retrato
cinematográfico de Leon Hirszman. Foi dele amigo e parceiro, montando três de
seus filmes: Nelson Cavaquinho, São Bernardo e Eles Não Usam Black Tie.
A notável articulação verbal de Leon é o motor do filme.
Escorel abriu mão de qualquer narração em voz em off ou de depoimentos de
amigos ou especialistas. Tudo se desenvolve a partir da fala de Leon, por vezes
apenas em gravações de sua voz, e de imagens, estáticas ou em movimento, de sua
vida e de seus filmes.
O acompanhamos assim da infância carioca de classe média,
numa família de imigrados judeus poloneses, à morte precoce antes de completar
meio século. Leon quase se formou engenheiro, abraçou o cinema e o comunismo,
foi dos protagonistas do Cinema Novo desde as origens, se alternou entre
ficções e documentários.
Como diz um dos primeiros letreiros, fez 11 curtas e 5
longas-metragens, entre 1962 e 1986, deixando ainda cinco filmes inacabados.
Não precisava mais para se inscrever entre os grandes artistas que se devotaram
ao cinema no Brasil.
Aproveitamos uma recente passagem por São Paulo de Eduardo
Escorel para gravar com ele uma entrevista sobre “Deixa que Eu Falo”.

Apresentação: Amir Labaki
Curadoria, Apresentação e Direção Geral: Amir Labaki // Produção Executiva: Mônica Guimarães // Assist. de produção: Ana Paula Almeida // Fotografia: Erick Mammoccio // Assist. de gravação: Daniel Domingues // Edição: Mariana Fumo // Direção: Kiko Mollica // Gravado no Espaço Itaú de Cinema // Realização: É Tudo Verdade e Canal Brasil